Há uma nova droga no mercado dos viciados. Devastadora, ela vem provocando medo e overdoses fatais, e atende pelo nome sugestivo de “morte cinza”. Sua aparência lembra a do concreto, e a consistência varia do muito duro a um pó bem fininho. Ela combina vários opioides – heroína, fentanil, carfentanil, usado em injeção para tranquilizar elefantes, e o U-47700, ativo atribuído à overdose fatal de Prince em 2016 (foram encontradas várias pílulas em sua casa).
Prince, este príncipe da música mundial, morreu vítima dos opioides. A foto, via Google, é de Michael Ochs Archives/Getty Images
Há milhares de casos de overdoses fatais por consumo de opioides nos Estados Unidos, e essa nova combinação das drogas já coloca os usuários em risco simplesmente ao tocarem seu pó, que pode ser absorvido pela pele.
Posto o problema, ele ainda se torna maior, já que os viciados em heroína estão sempre atrás de um barato mais forte, não importando os riscos. Quando sabem que um amigo morreu de overdose da “morte cinza”, vão atrás a fim de consumi-la, para saber como é. Não param pra pensar que a droga já diz a que veio no próprio nome…
Nos Estados Unidos, mais de 33 mil pessoas morreram vítimas de opiáceos em 2015, ano em que 16 em cada 100 mil americanos morreram de overdose. Este ano 2017 promete: nos últimos três meses já foram 50 casos de overdose na Geórgia, todos envolvendo a “morte cinza”. Em Ohio há uma epidemia de opioides: 3.050 pessoas mortas de overdose em 2016. No Brasil, não sabemos se chegou a “morte cinza”. Talvez, quando soubermos, ela já será a dona do pedaço.
Faço o relato, sob o impacto da leitura da ótima reportagem da ©CBS News, com a contribuição da Associated Press, com apurações junto à Agência de Controle de Drogas dos Estados Unidos.
Se você domina o idioma inglês, não deve deixar de lê-la:
http://www.cbsnews.com/news/gray-death-opioid-dangerous-drug-combination/?ftag=COS-05-10aaa0g&utm_campaign=trueAnthem:+Trending+Content&utm_content=590bf5f104