A casa de Maria Pia fala. Ela diz: “Sou clara e luminosa, reflito a alma e o momento de minha dona”. Ela é florida, e seu interior mistura pássaros de porcelana a orquídeas em cache pots de palha, porcelana Vista Alegre a louça Bleu de Chine, quadros contemporâneos a aquarelas românticas, móveis ingleses a tapeçarias da França. Tudo na mais completa e harmoniosa combinação, ao balanço dos cabelos de Pia, cada vez com mais volume e brilho, como se sua atual felicidade tivesse o poder revitalizador da lua cheia.
Sim, tudo à volta de Maria Pia entra em harmonia com sua energia boa. Já que ela não se aflige com a convidada que se atrasa para o almoço, o suflê, que espera no forno para ser servido, vibra na mesma onda positiva e, quando chega à mesa, ainda está estufado, inflado, no ponto exato, como se uma convergência mágica conspirasse a favor de tudo.
Éramos dez amigas no almoço sem lugares marcados. Às cabeceiras, Maria Pia e a aniversariante, Vera Bocayuva Cunha, chemise e colar, très parisienne. No mais, Dorita Moraes Barros, Graça Oliveira Santos, Maria Lucia Moura e sua filha, Luciana Almeida Braga, Maria Celina Saboya Gomes, Ana Paula Leão Teixeira, Fátima Andrada Tostes e eu. A louça Limoges assinada por Alberto Pinto traz cada uma um pássaro pinto à mão. O jogo americano era de organza bordada, com aplicações, renda e forro solto, da incomparável mineira Lygia Mattos. Falamos sobre isso. Lygia não está mais entre nós. Foi a melhor dos bordados do mundo. Daquelas que não deixam substitutos.
O buffet foi servido na varanda sobre a mesa pura, só a nobreza da madeira. Há um caramanchão florido contornando os arcos da varanda. Bonito. Bem Maria Pia. A gaiola com flor no interior que, da outra vez, estava na frente da casa, agora está atra´s, na pérgula. Pia diz: “A minha casa é dinâmica. Mudo tudo o tempo todo”.
Há bolo coberto com corações vermelhos. Há fotos a meu pedido. Há discurso da Vera. Há cafezinho na volta à sala de estar. E há – mas que delícia! – uma avant prémière do livro de Silvia Amélia, que todas folheiam ávidas na versão francesa, da dedicatória à última página, passeando pelo seu castelo, o “manoir”, o apartamento em Paris, na rue du Faubourg Saint Honoré, a casa palacete do melhor amigo Givenchy, o poema que Manuel Bandeira fez pra ela, enfim, o livro é uma fotobiografia, resumindo o que Silvia é, vive e viveu. Com classe e elegância.
A obra será lançada no Rio, na próxima Casa Cor, 1 mil exemplares, Silvia Amélia presente. A Casa Cor será na casa magnífica de Malu da Rocha Miranda na Rua Marquês de São Vicente, marcando a volta de Maria Pia Marcondes Ferraz Montenegro à decoração, assinando um espaço seu.
A capa
Dedicatória de Silvia : pra filha, genro e netos
Página de abertura
Palavras dela no encerramento: “Sempre sonhei fazer um livro bonito para a família, os amigos e todos os que amam a vida colorida, Silvia Amélia, Primavera 2016”. Edições Imagine
Ao me levar no carro, na calçada, Maria Pia me diz: “Hilde, estou cada vez mais feliz e apaixonada pelo Carlos Augusto, ele é um marido maravilhoso”. Montenegro também está na calçada. Ele teve a delicadeza de voltar para casa a tempo de se despedir das amigas que foram almoçar com sua mulher. Assim como passou pela sala, antes do almoço, vestido esportivamente, falou com todas nós e partiu. Uma gentileza com as amigas de Pia e também um modo de dizer “Vejam, que homem de sorte eu sou”.
Fotos de Ana Paula de Almeida Magalhães Leão Teixeira
Minha mãe costumava lembrar desse sobrenome Pia como as meninas do Sion. São as curvas da vida nos pegando de surpresa!
Não sei nem o que falar, talvez passe as Olimpíadas e eu fique a ver navios daqui de Boa Viagem, sabe como é né, sair daqui pra ser mais Zé Ninguém do que daqui, confortavelmente podendo ver tudo pela tv no meu ap. Viva a Casa Cor do Rio, viva vcs. Ladys cariocas e arquitetas e o Rio Bela Cap sempre(Maria Pia e Silvia Amélia em destaque).
Abraço Hilde e que Deus proteja todo o Rio Olímpico.
Que todos vejam o Rio com os seus olhos, e o escutem com suas ´palavras, são os meus votos 😉