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Enquanto a Cultura do RJ tropeça, a Secretaria de Cultura de Caxias encomendou reformas dos teatros Raul Cortez e Armando de Mello e a reativação do Teatro Procópio Ferreira. Viva Caxias!
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Arquiteto José Dias concluiu e entregou ao reitor da UFRJ o projeto do Centro Cultural Minerva, no local do Canecão. Tem teatro, galeria de arte, cinema, restaurante café com vistão e painel restaurado de Ziraldo para visitação pública.
Maitê, A Mulher de Bath e mulher do Amir Haddad, juntos formam grande parceria (Foto Divulgação)
Maitê Proença Repete Tônia Carrero E Dá Grande Salto Reinventando-se Como Atriz de Alto Teatro
Como se fosse uma predestinação, Maitê Proença, a mais bela de sua geração de atrizes, repete a história de Tônia Carrero, a mais bela em seu tempo de juventude, e também de meia idade, na cena brasileira.
Despedida da Rede Globo (o que faz questão de enfatizar, a cada ocasião que tem), Maitê decidiu se reinventar como atriz, começar do zero, entregando-se a um diretor que lhe arrancasse a alma e os sentimentos, descaracterizando-a da cosmética, que costuma encobrir e até mascarar a anima do intérprete, após tantas décadas de gravações de novela.
Tônia fez o mesmo. Após 20 anos de comédias ligeiras e vaudevilles glamourosos, que criaram a falsa ideia de que seria apenas uma atriz bonita, ela se entregou nas mãos do diretor Fauzi Arap e interpretou a prostituta Neusa Sueli, na peça de Plínio Marcos, “Navalha na carne”. Isso a entronizou no primeiro time de nossas grandes intérpretes. Tônia foi carne viva, esparramando no palco drama, sofrimento e sinceridade, decadência ao mais baixo extrato das possibilidades, esquecendo-se de sua beleza. As plateias iam ao delírio, ao vê-la assim descomposta e tão belamente atriz. O espetáculo era de tal forma intenso que acabou proibido pela censura e só foi liberado 13 anos depois.
De São Paulo me chegam os ecos do desempenho de Maitê. Ouço que, liberta da televisão, ela deu um salto na carreira, vivendo “A mulher de Bath”, um dos “Contos da Cantuária”, de Geoffrey Chaucer, autor cem anos precursor de Shakespeare.
Trata-se de um monólogo, que ela levou um ano para conseguir encarar, tamanhas as minúcias e peculiaridades do tema, abordando as fragilidades e fortalezas da mulher. Amir Haddad fez um trabalho paciente, carinhoso e firme com a atriz, que agora nada de braçada no texto, com andamento de cordel, lotando o Teatro do Sesc Bom Retiro, como um dos highlights desta temporada.
BORBULHANTES
SoHo Comprido. O Rio de Janeiro vai ganhar o seu SoHo. Uma região destinada às artes, consistindo em além dos dois teatros já existentes (um, para 350 pessoas, o Teatro Cesgranrio; o outro, para 100, no antigo Le Buffet, o Teatro Beth Serpa), um terceiro para 800 pessoas, em vários níveis, totalmente equipado para grandes espetáculos, o maior do Rio de Janeiro… Um quarto teatro, dentro do Le Buffet, além de estúdio de TV, estúdio de edição de filmes… Tudo isso ocupando três prédios a serem construídos em tempo recorde, projetos já aprovados, integrando o grande complexo cultural que terá como sede o Centro Cultural Cesgranrio, em vistoso palacete histórico do século XIX… Isso é só a ponta do iceberg. Ou melhor, do vulcão cultural que se prepara para fazer fumegar com cultura, arte e entretenimento toda a região histórica do Rio Comprido, cenário dos romances de Machado de Assis… Concepção do empreendedor cultural e do ensino, professor Carlos Alberto Serpa, que não chamo de visionário, pois seus sonhos não ficam na imaginação nem no papel. Ele os concretiza todos. Para a glória e a graça de São Sebastião do Rio de Janeiro… Nossa grande dame do ballet, Dalal Achcar, voltou de Portugal, onde ganhou, ao lado da irmã Aniela Jordan, festa-homenagem do praticamente irmão André Jordan (o pai dele, o empresário Spitzman Jordan, era casado com a mãe dela, Josefina Jordan, com quem tiveram Aniela)… André é um dos grandes empreendedores do setor de resorts de Portugal, quiçá da Europa inteira, e agora faz seu empreendimento “Belas” bombar com brasileiros que migram para Lisboa. Uma família de sucesso… Dalal voltou com fôlego, e faz jantar para o conde Ernesto Azzalim, no Satyricon… Perfeita para nós, brasileiras gulosas, a última coleção de alta costura para festas lançada pela marca Schiaparelli (fotos). Ela traz bolsões enormes na frente de todos os vestidos e casacos, permitindo que, assim, acumulem muitos docinhos dos casamentos, de maneira prática, confortável e discretíssima he he he he…Ciro Gomes defende mudanças na legislação da radiodifusão, mas disse que a regulação é o controle remoto. Não é pela intervenção militar no Rio, mas a ela também não se opõe… Ciro é estranho. Falava grosso, voz de tenor profundo, logo que se apresentou candidato. Entusiasmou muita gente… Mas, na medida que a eleição se aproxima, seu timbre vai modulando pra barítono, até sondando Marina Silva pra sua vice… Receio que breve suavize pra contralto, no ponto para os ouvidos aveludados do mercado, da mídia amiga e dos manifestoches…
Carta ao Futuro Em Tempos de Horror
Este é o título do prefácio de Maria Inês Nassif, no segundo volume da Enciclopédia do Golpe, organizado por ela, juntamente com Miguel do Rosário, Giovanni Alves, Wilson Ramos Filho.
Maria Inês acredita que serão necessários muitos anos para que os brasileiros se deem conta da complexidade do golpe de Estado “iniciado em agosto de 2016, quando a presidenta eleita foi levada à lona pelo Senado num processo de Impeachment autorizado ela Câmara no 17 de abril anterior”.
A jornalista, por várias vezes, prismas e às minúcias, aponta os efeitos danosos do golpe e a ação coordenada da propaganda que disseminou este “horror”.
Ela sobretudo focaliza e responsabiliza a ação da mídia na desestabilização do regime democrático e no acirramento do reacionarismo entre os jornalistas.
Concluindo: “Nunca a prática do mau jornalismo foi tão comum no país”.
ERRATA
Vocês sabem, coluna de estréia, jornal novo, equipe ainda sendo apresentada uns aos outros, todo mundo nervoso, e – pimba! – alguma coisa tinha que dar ruim. Foi sobrar pra quem? Pro Lulu da Pomerania, ora essa! Era a foto dele que tinha que sair ontem. Então fechem os olhinhos e pensem nas Borbulhantes de ontem, pois é. Este é o Lulu chamado Gucci, que a namorada do filho da Beth Winstom está disputando com ela na Justiça. Fechem os olhinhos de novo e lembrem da foto de ontem. Aquela é a Maria Inês Nassif, jornalista sobre a qual falo na nota aqui ao lado.
Perdão, queridos. Podem considerar erro meu.