Dilma Rousseff perdeu a faixa mas pode ganhar um ursinho carinhoso, e de ouro!

Dilma Rousseff perdeu a Faixa Presidencial, mas poderá levar pra casa o cobiçado “Urso de Ouro”. Retratando os bastidores de seu Impeachment, o filme “O Processo”, de Maria Augusta Ramos, foi selecionado para a mostra Panorama, do Festival de Berlim, um dos principais do mundo, de 15 a 25 de fevereiro, na Alemanha.

A diretora já confirmou a presença na exibição do longa, marcada para 21 de fevereiro, na Alemanha. Dilma Rousseff, ainda não se sabe se irá.

As possibilidades de premiação não são pequenas, Maria Augusta costuma levar todas as glórias, nas competições que disputa.

Com seu filme “Desi”, emplacou o mais importante prêmio do cinema holandês, o ‘Bezerro de Ouro’, e o Prêmio de Público no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, considerado o Cannes do cinema não-ficcional.

Quatro anos depois, em 2004, “Justiça” recebeu 9 prêmios, entre eles o Grand Prix de melhor filme, no Festival Internacional de Cinema ‘Visions du Réel’, na Suiça; o Grand Prize no Festival Int. de Documentários de Taiwan; o La Vague d’Or de melhor filme, no Festival Internacional de Cinema de Bordeaux, França; o Prêmio da Anistia Internacional no CPH Dok – Festival Int. de Documentários de Copenhagen, e o Prêmio de Melhor Filme no Play-Doc – Festival Internacional de Documentários de Tui, Espanha.

Seu filme “Juízo”, de 2013, recebeu da crítica o Prêmio Melhor Filme, no DOK Leipzig – Festival Int. de Documentário na Alemanha e os Prêmios de Melhor Filme no One World Int. Documentary Festival, em Praga, e no Watch Docs Internarional. Film Festival, em Varsóvia.

“Morro dos Prazeres” abiscoitou os prêmios de melhor direção, melhor fotografia e melhor som no 46º Festival de Cinema de Brasília, em 2013.

No VIII Janela Internacional de Cinema de Recife, “Futuro Junho” mereceu o Prêmio de Melhor Filme, e no Festival de Cinema do Rio, o de Melhor Direção, em 2015.

Mesmo ano em que “Seca”, o sétimo longa da diretor, foi exibido na Competição Internacional do Festival Internacional ‘Visions du Reel’, na Suiça, e recebeu o ‘Merit Prize’ – Prêmio especial do Júri no Festival Internacional de Documentários de Taiwan.

Impeachment de Dilma vai representar o Brasil em Berlim

Mais do que um documentário sobre os bastidores do julgamento que culminou no impeachment de Dilma, em 31 de agosto de 2016, “O Processo” poderá se tornar um extraordinário instrumento político para informação à opinião pública internacional da profunda crise política que o Brasil atravessa e do colapso das instituições democráticas em nosso país. Os filmes de Maria Augusta Ramos costumam bater recorde de participação em festivais pelo mundo. Só o documentário “Justiça” foi exibido em mais de 50 festivais internacionais.

O longa é produzido por NoFoco Filmes, coproduzido por Canal Brasil e tem distribuição de Bretz Filmes.

https://www.berlinale.de/en/presse/pressemitteilungen/panorama/pan-presse-detail_41492.html

 

Gisella Amaral, solar, bronzeada e feliz, recupera sua saúde

Más notícias excedem. Baixarias, sofrências, desencantos. Nosso moral a cada dia desce mais, bate no pé, quica no chão, afunda como chumbo no solo movediço dos escândalos, dos retrocessos de conquistas importantes e das arbitrariedades que pontuam nosso dia à dia.

Porém, aleluia!, Deus existe (creio), e vez por outra nos brinda com seu afago e a caridade. E a grata boa notícia é: os 15 tumores malignos de Gisella Amaral diminuíram, estão mínimos!

Gisella é pessoa movida a fé infinita, inquebrantável. Bem como é cercada por amigos que vibram na mesma dimensão e intensidade. Torcem por ela, rezam, acendem velas e não a esquecem, gerando círculo poderoso de afeto, uma blindagem de amor, que pode não ter propriedade curativa, mas deve de alguma maneira energizar Gisella neste seu diário combate vencer o câncer.

Gisella diz no what’sApp: “Estou tão contente… A minha pessoa virou uma “creche” de 15 anõezinhos, porque todos diminuíram! Ótimo sinal. Estou muito feliz, e queria dividir com vocês, que sempre me acompanham com o maior carinho. Acho que é graças às orações/velas/torcida por mim. Fico emocionada com esta prova da grande amizade que nos une!”

Pensei em fazer um trocadilho, chamar Gisella de ‘Branca de Neve e os 15 anõezinhos’. Mas ela anda tão bronzeada, feliz e solar, que mudei o apelido para ‘Ensolarada e seus pequetitos’.

Os cariocas inauguram 2018 em contagem regressiva para o novo JB impresso, e o Rio vai bombar mais, muito mais!

Catito, o Omar Peres, com a filha, Duda, que, concluída sua graduação na PUC, vai estudar negócios na área da moda, em Londres, de onde enviará para o Jornal do Brasil todas as informações sobre o intenso cotidiano fashion londrino em permanente renovação e ebulição

O publisher do novo Jornal do Brasil, Catito Peres, realiza um sonho pessoal e o sonho de todo o público que quer consumir um jornalismo imparcial, sem meias verdades, descomprometido, fazendo com que o Estado do Rio de Janeiro retome sua posição de formador de opinião, e não apenas continue mero repetidor de opiniões únicas, que nos são impostas como alternativa indiscutível.

A volta do Jornal do Brasil impresso diário é muito mais do que um feito empresarial ou editorial, é um grito de independência do pensamento, é a possibilidade de troca de idéias, de análise ampla das questões, que poderão ser apresentadas em sua plenitude, e não pasteurizadas e embaladas ao gosto do produtor, como temos sido obrigados a engolir.
E o Rio vai voltar a amanhecer alegre, colorido, achando graça na vida e nas pequenas coisas. No comportamento do dia à dia. Nas gracinhas, nas carioquices. Bem como vai sentir aquele gostinho na boca do antigo JB, o Jornal do Brasil inteligente e participativo, politicamente atuante e moderno. Neste ano eleitoral: JB tudo a ver!
O Rio anda tão de crista caída, protocolar, desorientado e sem referências, não acham?
E a cidade vai rir mais, vai sair mais, dançar mais, frequentar mais, agitar muito mais, se mostrar mais e mais. Vai bombar como há muito tempo não acontece mais. 
Com aquela descontração que só quem é carioca de lei e de fé sabe ser e fazer. E o carioca de lei e de fé quem é? É o somatório do Brasil inteiro. O carioca capixaba, o mineiro, o baiano, o pernambucano, o paraibano, o paulista, o gaúcho, enfim, os cariocas de todos os brasis que formam esse grande caldeirão que borbulha intensamente no dia, na noite, no comércio, na vida cultural, na política, na academia, nos business, na moda do Rio.
Agora é a contagem regressiva até o próximo 25 de fevereiro, quando o Jornal do Brasil saltará do forno do Catito direto para as bancas da cidade, e mais o JB virtual e a TV-JB… e alô, alô, JB impresso, aquele abraço!

Broche chique da duquesa de Kent é considerado ofensa racista à noiva do príncipe Harry

A duquesa de Kent, chega para o almoço da Rainha com seu broche considerado símbolo do racismo colonizador.

Não é apenas entre nós que a consciência racial está na ordem do dia.

Na Grã Bretanha, o casamento do príncipe Harry com a atriz Meghan Markle, cuja mãe é negra, colocou o tema racismo em pauta permanente, e qualquer descuido pode ser fatal. Como o descuido da duquesa de Kent, que no almoço de Natal da Rainha no Buckingham Palace usou um broche de ouro, safiras e esmalte, representando um busto de blackamoor, representação de escravo africano, geralmente em joias ou esculturas, que no século 20 era item chiquérrimo, mas hoje é tão politicamente incorreto quando um casaco de vison.

Eram 50 membros da Família Real presentes, e a desfeita da duquesa com Meghan foi agravada pelo fato de seu marido, duque de Kent, ser o mais próximo primo de Elizabeth II.

Realmente, para uma afrodescendente debutante na família encarar um escravo negro espetado no tailleur da prima duquesa da sogra, na primeira vez em que confraterniza com todo o clã, não é a melhor das primeiras impressões.

Fato é que a rede social caiu de críticas em cima da duquesa de Kent, chamando-a de “racista” pra baixo. Pudera!

A partida da Primeira e Única, Carmen, o grande mito da sociedade brasileira

Carmen Mayrink Veiga em foto de Eduardo Clark/PLUG – Arquivo Hildegard Angel

Um amigo sugere o título “Morre a última grande dame“. Boa sugestão. Mas não condiz com a realidade. Grandes damas ainda temos poucas. Carmen não foi a última, foi a Primeira e Única, como eu a chamava. Mais do que grande dame, era grande personalidade, grande formadora de opinião, o maior mito da alta sociedade brasileira. Único de abrangência nacional, galgando espaços internacionais. Soube desempenhar seu papel como verdadeira diva, no exclusivo palco dos aristocratas do dinheiro, do poder e dos sobrenomes. Ela fez por onde. A postura sempre altiva, o esnobismo, a seletividade foram elementos importantes na construção de seu mito. As glórias não lhe caíram no colo, ela teve mérito e tenacidade. É nos detalhes sutis que as pessoas se distinguem das outras e são alçadas ao pedestal de nossas admirações. O diferencial de Carmen era ser sempre a mesma com qualquer um, fosse ele o Bill Gates, o Roberto Carlos, um artista anônimo ou o verdureiro da esquina. Carmen conversava igual, tratava igual, emitia os mesmos conceitos, que para alguns soavam como vindos de um universo paralelo. Era igual.

Falar com Carmen Mayrink Veiga foi um dos desafios profissionais que precisei vencer logo aos 18 anos. Não que ela me fosse inacessível, ao contrário. Tinha recebido de minha chefe, a colunista social de O Globo Nina Chavs, a relação de suas fontes diretas, que eu podia contatar quando ela viajava. E lá estava ela, a  diva, a Carmen!

Tímida, atriz, alheia àquele mundo, apesar de curiosa dele, eu precisava reunir a coragem de um acrobata em salto sem rede, sempre que tinha que discar o número de Carmen e ser atendida pelo copeiro Manuel, com empostação de Alec Guinness fazendo mordomo em filme inglês. Eu, respeitosamente, o chamava de “seu Manuel”.

E lá vinha Carmen, transbordando sofisticação. Havia chegado de uma temporada de caça na Áustria. E descrevia os castelos, as roupas, os jantares, os faisões servidos nas travessas ou enfeitando os chapéus das caçadoras, os pavilhões, as matilhas de cães e as cabeças coroadas participantes, príncipe tal e marquês qual, e os nomes se sucediam, Schlumberger, Rothschild, Ali Khan. E tudo acabava em Paris, para onde todos retornavam, enroscados nas mantas de vison das poltronas de seus jatinhos particulares. E eu anotando em ritmo de taquigrafia, para não perder uma vírgula, um respiro, uma entonação, porque tudo o que ela falava, e do jeito que ela dizia, era tão diferente e interessante. Sem dúvida se, naqueles tempos, já se pensasse em Luxo como disciplina de formação em Marketing, Carmen teria sido a mestra decana.

Mestra, Carmen efetivamente foi, informalmente. No Brasil, ela compartilhava aquele mundo inatingível com os sequiosos comuns mortais à sua volta. Era fonte inesgotável de aprendizado. Quer através das informações aos colunistas sociais, das suas entrevistas ou das atenções aos amigos. Se encontrasse algum livro de moda ou de decoração que interessasse ao costureiro Guilherme Guimarães, tratava de trazer com ela, sempre com uma dedicatória com suas impressões e anotações dos trechos que deveriam interessa-lo. Era um “oráculo do luxo”, distribuindo saberes e refinamentos. O bijoutier Alberto Sabino, os estilista Liliane Sirkis, Lino Villaventura e Heckel Verri, a joalheira Laja eram alguns de seus discípulos, e também para as amigas.

Quando me casei pela segunda vez, já aos 38 anos, pedi a Carmen sugestão de um vestido. De Paris, ela me enviou o recorte de um modelo de Yves Saint Laurent, um tailleur longo, e recomendou: “Faça com a Liliane Sirkis da Casa Colette. Ficará perfeito”. E ficou. Até o bordado, Liliane mandou fazer no mesmo bordador de YSL em Paris. Conselho de Carmen não tinha erro.

Mas havia certos conselhos… Quando fiquei noiva de Francis, Carmen nos convidou para almoçar com ela em seu clube. O colunista Zózimo havia publicado que eu estava namorando um “empresário armênio”. E a tribo carioca logo achou que devia ser caixa alta. Tinha quem se dirigisse a ele falando em inglês, em francês. A gente achava graça. Estávamos de partida para uma peregrinação a Medjurgorje voltando por Paris. Carmen resolveu aconselhar o noivo. “Qualquer vestidinho para de dia, de alta costura, em Paris, está custando 30 mil dólares. Os de coquetel custam 80 mil dólares pra cima. Então, quando Hilde for usar os vestidos que você vai comprar, ela tem que ficar atenta, porque essa coisa de comer caviar em pé acaba com qualquer roupa”. Apertei a mão do Francis com medo de ele se levantar da mesa pra nunca mais. E Carmen nem aí. “Outra coisa, Francis. “Não dê bugigangas de 100 mil dólares pra Hilde. Essas joias perdem todo o valor na revenda. O que vale é a pedra. Compre joias importantes para ela”. Foi aí que não me contive. “Ô, Carmen, você quer que eu perca o noivo antes da viagem?”. E caímos os três na gargalhada.

Carmen foi nossa madrinha. Vestiu amarelo. Cerimônia na Candelária às 6 da tarde, pedi chapéu a todas as madrinhas. Carmen usou arco e laço nos cabelos soltos. Estava um deslumbramento. Algumas vieram depois me dizer: “Como uma mulher daquela idade bota um laço no cabelo?”. “Que idade?”, perguntei. Ninguém sabia a idade de Carmen. Ela jamais revelou. E deve ter adorado ver a imprensa brasileira em peso errar sua idade nos obituários.

Para Carmen, não havia idade, havia aparência. Se o rosto “segurava”, podia usar cabelão. E seus cabelos se mantiveram longos até o fim. Usar joias com brilhantes de dia não pode? “Bobagem das brasileiras”, dizia. E usava. Se as pernas estavam bonitas, podia mostrar. E ela vestiu as saias curtas que quis, até ser obrigada a utilizar a cadeira de rodas. Sentava-se nela como uma rainha no trono, envolta em sedas e xales de voile ou cashmere, que movia com feminilidade e elegância. Em seu show da vida, a cadeira de rodas era simples figuração. Ela, a protagonista.

Quando os Mayrink Veiga perderam a fortuna, as cortinas não se cerraram. O interesse da imprensa permaneceu igual, o mundo social continuou a girar em torno de Carmen, Primeira e Única. Os holofotes em potência plena. A fortuna era componente importante, mas Carmen era a luz.

A família era seu interesse principal. Era 100% a favor de manter o casamento, custasse o que custasse. E ficou muito abalada com a morte de Tony. Imaginava que iria antes dele. Nos últimos tempos, cansada e entristecida, só falava em morrer. Queria morrer. No seu aniversário, em abril, segurou-me a mão e se despediu de mim. Achava que a morte logo a levaria. Brinquei, sorri, saí do quarto e chorei. Carmen Única não tem reposição. Éramos só sete amigas e a família. Carmen não conseguiu deixar o leito para nos encontrar na sala. O bolo, carregado por seu filho Antenor, os parabéns, o champagne foram em volta de sua cama, as amigas todas muito bem vestidas e arrumadas. Carmen abriu largo sorriso, estava feliz. Um raio de glamour iluminou aquele seu momento. Ela se alimentava da beleza e do glamour. E beleza plantou por todos os caminhos em que passou.

Resistiu o mais que pôde. A resistência consistia em encontrar ânimo para se preparar para sair, sempre impecável, para almoçar ou jantar (preferia almoço) com amigos ou prestigiar algum lançamento da neta joalheira, Maria. Uma onça matriarca.  Sua paixão pelos gatos era legítima e absoluta. Possuíam entre si uma conexão que só a ciência para explicar no futuro. Tudo dela tinha gato. Nos bilhetes e cartões, ao lado da assinatura, um gatinho desenhado (guardei todos, nesses 50 anos), ou selava o envelope com o cromo de um gato. Nas paredes de seu banheiro. Objetos de gato pela casa. Quando morreu, Top Show e Sylvie foram dos primeiros a perceberem que ela não estava mais lá.

Eliane, a gentil, dedicada, amorosa acompanhante de Carmen nesses anos de dor, pediu aos padres José Roberto e Jorjão para fazer uma oração após a missa de corpo presente no Memorial do Carmo. O caixão estava fechado (pedido dela, segundo Antonia). Sobre ele, um ramo de orquídeas brancas, ao qual Antonia depois juntou um buquê de rosas vermelhas, as rosas de Santa Therezinha, devoção de Carmen Therezinha. Audiência em círculo recuado, contornando o caixão numa distância respeitosa e solene. Todos de preto ou preto e branco. Homens de terno. Muito formal. Reverência a uma grande dama da elegância.

De frente para o caixão e de costas para nós, Eliane falou seu pranto. Uma oração contundente como são as dos fiéis evangélicos. Eliane atribuiu a Jesus e apenas a Jesus todas as superações alcançadas por Carmen, que, numa das muitas idas e vindas ao hospital, morreu e depois sobreviveu por um ano. Eliane emocionou a nós todos. E fez uma revelação: “Antes de morrer, ela disse “minha mãe, eu estou vendo você””.

A mãe de Carmen chamava-se Lourdes. Há meses fui tomar um chá em casa com Carmen. Só nós duas. Ela falou e falou muito de seu pai, Enéas Solbiati, como se quisesse me fazer depositária das informações, para uso futuro. Descreveu a beleza do pai, a amizade entre eles. Foi o homem mais bonito que conheceu. A altura privilegiada. A elegância, sempre de ternos de linho branco, de sapatos bicolor de pelica. E seu sucesso no mundo financeiro, com ocasionais insucessos, dos quais sempre conseguia se reerguer. Lembrou dos bons amigos que ele tinha em São Paulo, como Francisco Scarpa e o conde Matarazzo, e dos tempos da fazenda em Pirajuí.  Quando se referiu à mãe, foi de passagem, “mamãe era elegante, mais para baixa, um pouco para gordinha…”. Eu outra ocasião, contou-me que sua mãe morreu depois de muito sofrimento, vítima de uma doença degenerativa. Morava em São Paulo aos cuidados da irmã de Carmen, que para vê-la vinha de Paris, onde vivia nessa época. Mas Carmen não gostava de falar coisas tristes. Era alegre.

No dia em que morreu, Carmen Mayrink Veiga, brasileira do Hall of Fame das Mais Bem Vestidas do Mundo, vestia uma camisola verde água, combinando com o cinza claro dos bordados dos lençóis. Eliane a ajeitou nos travesseiros para dormir, como sempre fazia naquele horário. Eram cinco e meia da tarde. Carmen virou a cabeça para trás e fechou os olhos, para sempre. Eternizou-se.

Perseverante, tenaz, delicada, com rara noção de qualidade e muito talento, mesmo sob o impacto das dores agudas e contínuas de suas duas últimas décadas, manteve a alegria, que fazia dela uma companhia fascinante, até se deixar vencer pelo cansaço e a tristeza.

Tinha tiradas como: “… jóias, claro que quem pode continua comprando, mas dificilmente continua usando. Ficou uma ostentação, porque com a nova leva de ricos ninguém sabe a hora de usar a jóia certa. Só estão mostrando”. Dizia isso, assim como também dizia: “Não me levo a sério”.

Dois meses da tragédia do reitor Cancellier e a ferida, ainda aberta, sangra… até quando?

Dois meses passados da morte trágica do reitor Luiz Carlos Cancellier e a ferida continua sangrando dramaticamente, como se tivesse sido aberta neste instante.

Cancellier cometeu suicídio, após ser vítima de perseguição infame e de uma sucessão de atos injuriosos e calúnias, uma prisão desrespeitosa e injustificada, em que foi exposto a nudez humilhante e ao encarceramento em uma solitária.

Solto, foi proibido de frequentar sua própria universidade, sequer de se aproximar dela, como se significasse algo pernicioso para a comunidade acadêmica. Logo ele, mestre vocacionado, vida inteira dedicada ao ofício, como um missionário do ensino, brasileiro de total boa fé em nossas instituições e seus objetivos,

A surdez aos seus apelos de inocência, a recusa em aceitarem qualquer tipo de argumentação, a blindagem impermeável à verdade, a insistência em apresentarem como real o que de fato era falso, o poder do bullying institucional sofrido pelo reitor Cancellier promoveu em seu emocional uma demolição devastadora, levando-o a uma tal instabilidade que só encontrou como alternativa a morte.

Inconformados, os companheiros do reitor Cancellier permanecem mobilizados. Assim, foi elaborado um documento do Coletivo Floripa Contra o Estado de Exceção. abordando a impunidade das autoridades e dos aparatos de repressão no abuso de poder registrado no caso.

O site dos Jornalistas Livres fez também matéria informando que o caso foi, silenciosamente, notificado como acidente do trabalho, por uma médica do Hospital Universitário, como resultante de assédio moral e constrangimento insuportáveis. A corajosa iniciativa dessa médica, mantida até agora no anonimato, abre importante instrumento jurídico para processos atuais e futuros de responsabilização do Estado pela morte de Luiz Carlos Cancellier.

Aqui, transcrevo a nota do Coletivo Floripa Contra o Estado de Exceção

“Pela apuração imediata das responsabilidades civis e criminais: há dois meses morria o professor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, vítima de abuso de poder!

Mais de dois meses depois da espetaculosa operação “Ouvidos moucos”, protagonizada pelos agentes públicos Polícia Federal e Ministério Público Federal, sob a chancela da Justiça Federal, e precisamente 60 dias após a morte do professor Cancellier, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, um silêncio cúmplice e profundo das autoridades públicas do estado se faz sentir, na comunidade universitária e sociedade em geral.

Prevalece até aqui a impunidade e nenhuma ação concreta de apuração e investigação de responsabilidades foi instaurada contra os agentes do fascismo. Ademais, outros cinco professores e um técnico-administrativo continuam banidos da UFSC: Marcos Baptista Lopez Dalmau, Gilberto de Oliveira Moritz, Rogério da Silva Nunes, Eduardo Lobo e Marcio Santos (professores); Roberto Moritz da Nova (funcionário da FAPEU). Todos tiveram suas vidas expostas e foram julgados e condenados pelo tribunal da mídia tradicional, parceira e cúmplice, desde as primeiras horas da manhã, da PF, MPF e Justiça Federal.

O Coletivo Floripa contra o Estado de Exceção vem a público exigir que as autoridades constituídas de Santa Catarina, a saber o governo estadual e os deputados estaduais, ajam no sentido de instaurar o devido processo legal de apuração de responsabilidades das autoridades envolvidas no flagrante abuso de autoridade e ruptura do Estado Democrático de Direito.

Na Sessão Solene fúnebre do Conselho Universitário da UFSC do dia 03 de outubro, o governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira, assumiu como posição oficial a nota emitida pelo Procurador Geral do Estado, João Martins dos Passos Neto: “Por isso, respeitado o devido processo legal, é indispensável a apuração das responsabilidades civis, criminais e administrativas das autoridades policiais e judiciárias envolvidas”.

Em recente Sessão na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), em homenagem ao reitor morto, o desembargador e professor da UFSC, Lédio Rosa de Andrade, também cobrou uma posição do Executivo estadual e do próprio parlamento catarinense. É preciso investigar quem autorizou a transferência do reitor e dos demais presos da Superintendência da Polícia Federal para o Presídio de Florianópolis, no qual foram submetidos a toda sorte de humilhações. Qual autoridade autorizou a entrada do professor Cancellier e dos demais presos no sistema prisional de SC? É sempre bom lembrar: a “espetacular” e desastrada operação mobilizou 105 policiais para prender seis professores e um técnico-administrativo da UFSC. A PF os chamou, leviana e irresponsavelmente, de “quadrilha”, que havia “desviado R$ 80 milhões do programa de ensino à distância”. Uma mentira que o site da Polícia Federal mantinha no ar, até dias atrás, porque na verdade esse era o montante do programa em mais de 10 anos. O suposto desvio, ainda sob investigação, teria sido, algo entre R$ 300 a R$ 500 mil, em período anterior à gestão de Cancellier.

Enquanto a comunidade universitária e a sociedade aguardam providências concretas do governo de SC e da Assembleia Legislativa, num gesto de escárnio, a delegada responsável pela tal operação é “severamente promovida” para o cargo de Superintendente da Polícia Federal, no estado de Sergipe. É mais uma agressão vil aos familiares, amigos, colegas de profissão que continuam a luta em defesa da Autonomia Universitária e do Estado Democrático de Direito.

Contra todo tipo de golpe e perda de direitos! / Pela aprovação urgente da Lei Cancellier de Abuso de Autoridade na Câmara Federal! / Pelo absoluto respeito aos Direitos Individuais e Coletivos assegurados na Constituição! / Em defesa da UFSC, da Autonomia Universitária, da Soberania Nacional e do Estado Democrático de Direito! / Não ao Estado de Exceção!

Florianópolis (SC), 02 de dezembro de 2017.

Coletivo Floripa Contra o Estado de Exceção”

Aqui abaixo a matéria do site Jornalistas Livres sobre a notificação de sua morte como Acidente de Trabalho

https://jornalistaslivres.org/2017/12/exclusivo-suicidio-do-reitor-cancellier-foi-notificado-como-acidente-do-trabalho-provocado-por-constrangimento-moral-insuportavel/

Abaixo, matéria e fotos sobre a Aula Pública da UFSC marcando os dois meses de falecimento do reitor

http://noticias.ufsc.br/2017/11/ato-na-ufsc-a-favor-da-autonomia-universitaria-e-contra-o-abuso-de-poder/

Nassif: a prisão do casal Garotinho é o maior desafio que os direitos individuais enfrentam nesse país sem leis.

Não sou do grupo próximo dos Garotinho. Apontei em seus governos falhas, assim como reconheci méritos. Sobretudo em sua obstinada luta pela manutenção dos royalties do petróleo para o Rio, nas muitas realizações da Cedae à sua época e ao levar energia para as comunidades mais isoladas e distantes do estado.

Mas se há algo que me incomoda são as lutas entre forças desiguais, a pressão pelos todo poderosos para sempre prevalecerem, em detrimento de quem quer que seja, os odores e rumores de injustiça. Por isso, reproduzo aqui este breve artigo de Luis Nassif.

O massacre do casal Garotinho, por Luis Nassif

Pouco sei da carreira política do casal Garotinho. Cada vez que escrevo sobre eles, amigos correm para sugerir cautela. Mas a perseguição que lhes é movida pelo sistema do Rio de Janeiro – Tribunal de Justiça, procuradores e Globo –, sob silêncio geral, é um massacre.

Garotinho é um político local que tentou um voo mais alto. Não conseguiu se transformar em um líder nacional, capaz de mntar alianças com os sistemas de poder – Judiciário, Congresso, mídia -, mas ficou grande demais para se abrigar nas asas de algum padrinho político, em partidos ou nos tribunais superiores. Não tem vinculação nem com esquerda, nem com direita, nem com intelectuais, nem com juristas. Não tem aliados nos partidos maiores, menos ainda na mídia.

Mesmo assim, é politicamente atrevido nos desafios que faz e fez. Já desafiou o Tribunal de Justiça do Rio, a Globo.

Com esse atrevimento – e essas vulnerabilidades – tornou-se um prato para esse pessoal. Podem aprontar o que quiser com seus direitos que não haverá gritos de revolta, manifestações dos órgãos de defesa dos direitos humanos, clamor dos juristas mais conhecidos ou a defesa do Gilmar Mendes. Não haverá manifestações internas, menos ainda as internacionais.

Leio, agora, que o bravo TJ-RJ tirou os direitos políticos de Rosinha Garotinho por 2 a 5 anos, pela acusação de ter usado recursos públicos para um anúncio no qual respondia a ataques a uma política que implementou em Campos. Seu advogado diz que é armação.

A prisão do casal Garotinho, a humilhação a que foram expostos por procuradores – que permitiram cenas da prisão no Fantástico -, a perseguição implacável da mídia, cobrando até a submissão de Rosinha às faxinas do presídio, mostram o Rio de Janeiro definitivamente como uma terra de ninguém.

É covardia dos eminentes magistrados, é covardia da Globo, é covardia de todos os que se calam, porque as vítimas não se enquadram em nenhum dos escaninhos do poder ou da oposição.

Defender Garotinho não enriquece currículos.

Por isso, mais do que os prisioneiros políticos da Lava Jato, a prisão do casal Garotinho é o maior desafio que os direitos individuais enfrentam nesse país sem leis.

Aberta a alta temporada do Rio e, como sempre, o evento foi no Copacabana Palace

Um mix de tipos, looks, tribos, idades, em incessante footing na varanda da Pérgula do Copacabana Palace, confraternizando flutes, saboreando canapés de mignon e bolinhos de bacalhau na mostarda, deliciando-se com comidinhas criativas como “ovo alegre com salada de kinoa”, nova versão dos oeufs benedictine do chef do Copa, trocando impressões cariocas, interestaduais e internacionais, pois lá havia cariocas, paulistas, goianos, mineiros e até um belga encontrei – o cônsul geral. Naturalmente não podia ser diferente, já que se tratava de mais um evento com a dupla chancela “Arnaldo Danemberg-Belmond Copacabana Palace”.

 Arnaldo Danemberg, entre a filha e grande parceira de trabalho, Paloma Danemberg, e a designer de interiores Paola Ribeiro, e Cassiano Vitorino

Todos os arquitetos e decoradores de prestígio do Rio e muitos de São Paulo. Todos os jornalistas que cobrem decoração e arquitetura de interiores de São Paulo e do Rio. Os digital influencers de prestígio sobre o tema. A completa constelação de nomes importantes do setor, promotores de eventos e feiras, fornecedores, proprietários de lojas e marcas, clientes importantes, personalidades emblemáticas do Rio. O vaivém era intenso na inauguração da Nova Varanda da Pérgula do Copacabana Palace, depois da reforma e agora com projeto de decoração do escritório de arquitetura de Paola Ribeiro, com a curadoria do antiquário Arnaldo Danemberg, que transportou, de sua loja na galeria do Chopin, ali ao lado, para lá, suas mais nobres peças, que compõem todo o ambiente.

Uma dupla de mulheres notáveis do setor: Patrícia Mayer, a dama Casa Cor/RJ, e Paola Ribeiro

O que particularmente encanta nessa ambientação de Paola Ribeiro é a história de vida e de trabalho de que cada peça está impregnada. Garimpados no interior da França e no norte de Portugal, são móveis de ofício antigos e devidamente restaurados, oriundos de uma tecelagem, um curtume, uma boulangerie, uma marcenaria e uma loja de flores.

Marco Azeredo, Thomaz Vidal e Henry Barclay, sócios no site Boobam, um marketplace de artistas e designers,  que se propõe a ligá-los diretamente aos compradores. Jovens administradores de empresas, eles prospectaram o mundo virtual e encontraram nele esse nicho por preencher, o que têm feito com sucesso. Acessem para conferir. A Boombam em pouco tempo se transformou em grande vitrine online, somando quase uma centena de loja e mais de 600 produtos. https://boobam.com.br/

Enormes uchas de pão, de carvalho, são usadas como canteiros de plantas, os sofás são estrados de curtumes, de uma tecelagem são os gaveteiros dupla face usados como bancada, e que ficariam perfeitos em uma imensa cozinha gourmet, suspensas no teto com samambaias estão bandejas de fornerias. Quanto aos estofados são todos da inspirada Coleção Brasilianas, que a dupla Attilio Baschera e Gregorio Kramer desenvolveu para a Donatelli. As estampas trazem frutas tropicais, imagem de Debret e paisagens brasileiras. E tudo se harmoniza lindamente, num paisagismo com elaboração de Christina Mendes.

Vale a pena ir ao Copa conhecer a Nova Varanda da Pérgula decorada por Paola Ribeiro. Afinal de contas, vocês sabem, o Copa é o Copa. Nada se compara. Entre todos, é o único que tem um valor agregado chamado Tradição.

Kiki Perelmuter, Irajá Carneiro e Anna Clara ex-Herrmann, um quimono da Lenny Niemeyer, com calça preta, a mesma bossa de sempre, não muda em charme nem  em atiitude. Mas no sobrenome, ela mudou. Casada há um ano com o Max Tenembaum, endereço novo em São Conrado, depois de muita obra para reforma e decoração do apê

Antonia Leite Barbosa e o cônsul-geral da Bélgica, Christian Bula

Katia e Arnaldo Danemberg com a embaixatriz Laís Gouthier, que se prepara para receber a filha, Claudia, o genro, Cyrill, os netos e toda a família, vindos da Fança para passar o Natal com ela. O sorriso revela a alegria em que se encontra.

Paloma Danemberg e Joana Nolasco

Patrick Doering e Thomaz Azulay

Os goianos Pedro e Leandra Ernesto Gualberto

No mais, quem causou frisson na tarde do Copacabana Palace foi a paulistana Gina Elemeleki. Saibam abaixo os motivos em detalhes… fotográficos…

FOTOS ACIMA DE MIGUEL SÁ

Nem tudo são crimes. Há lírios florescendo no lamaçal carioca…

Nem tudo são crimes. Há lírios florescendo no lamaçal.

As flores vicejam na área da Educação do município do Rio de Janeiro, com seu programa Orquestra nas Escolas, que se propõe, até 2020, a formar 80 mil instrumentistas, buscando fazer da música importante aliado dos jovens estudantes da rede pública do Rio. Só até o fim deste ano, 11 mil alunos cariocas terão recebido aulas de iniciação em música instrumental, prática de orquestra e coro, podendo escolher os instrumentos da preferência – viola, violino, contra baixo acústico, flauta doce, trompete, trombone, clarinete, percussão.

No dia 27, na Cidade das Artes, às 16 horas, será a estreia, em grande estilo, da Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca, integrada apenas por jovens músicos de escolas da rede pública dos quatro cantos do município, algumas em áreas conflagradas – Cidade de Deus, Chapéu Mangueira, Babilônia, Leme, Madureira.

No programa, um mix de obras de consagrados, como Villa-Lobos, Chico Buarque, Vinicius, Luiz Gonzaga, Pixinguinha, e até funk, que pra quem não sabe é inspirado no maculelê.

Orquestra Sinfônica Juvenil Carioca

Nesse concerto de estreia, a jovem Sinfônica homenageará o maestro Antonio Carlos Jobim, que estaria completando 90 anos este ano

César Benjamin, o secretário municipal de Educação, acredita que a paz, a cultura e a boa convivência da comunidade carioca também podem se dar  “através dessa grande corrente de formação de novos músicos”.

Menos camburões, mais orquestras, mais música, mais juventude envolvida com projetos que lhe apresentem perspectivas de um futuro mais risonho.

 

 

“A obra de Moniz Bandeira sobrevive como guia para todos os que lutam por um Brasil mais justo”: Samuel Pinheiro Guimarães

Faleceu na Alemanha, o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, o principal especialista brasileiro em política internacional. Moniz Bandeira contribuiu também para a análise e a compreensão da política brasileira, através  de livros e artigos na imprensa.

A nota que se segue é uma homenagem a sua vida e a sua obra prestada pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, Secretário Geral do Itamaraty (2003-2009), Ministro de Assuntos Estratégicos (2009-2010)

Luiz Alberto Moniz Bandeira: patriota e anti imperialista

Samuel Pinheiro Guimarães

                   22 de novembro de 2017

Luiz Alberto Moniz Bandeira

Luiz Alberto Moniz Bandeira dedicou sua vida ao Brasil e à luta contra o imperialismo.

Sua vida e sua obra são testemunhos desta dedicação.

Foi jornalista desde jovem, trabalhando no Correio da Manhã, no Diário de Noticias e na Última Hora.

Como jornalista, teve a oportunidade de conviver e de entrevistar as mais diferentes personalidades brasileiras, como Jânio Quadros, e estrangeiras, como Che Guevara.

Assim desenvolveu a capacidade e o hábito de analisar e interpretar os acontecimentos e de procurar sobre eles se documentar.

Foi Professor Titular de História, na Universidade de Brasília.

Foi militante político da POLOP, foi preso, condenado e anistiado.

Lutou na clandestinidade.

Escreveu um de seus primeiros livros, Presença dos Estados Unidos no Brasil, quando se encontrava preso.

O eixo de seu pensamento e de sua obra, de mais de trinta livros, traduzidos para o inglês, o alemão, o russo, o chinês e o espanhol, centenas, se não milhares, de artigos e de entrevistas, pode ser resumido em três palavras, que são os três desafios para o Brasil: desenvolvimento, democracia e soberania.

Três desafios profundamente entrelaçados e que não podem ser vencidos isoladamente.

Em João Goulart: as Lutas Sociais no Brasil e em seu livro sobre Jânio Quadros, Moniz Bandeira se apresenta como democrata convicto e autêntico e como um lutador pelo desenvolvimento do Brasil, assim como em suas obras sobre a integração latino e sul-americana.

É em sua analise do imperialismo e das relações entre o Brasil e a Potência Imperial, que são os Estados Unidos, e sobre o Império americano e sua ação, que se encontra sua principal contribuição como intérprete da realidade política e como historiador, imparcial e preciso, mas militante.

São obras imprescindíveis para diplomatas, historiadores, jornalistas e políticos que desejem e procurem conhecer a política internacional, a ação do imperialismo, e o Brasil: A Presença dos Estados Unidos no Brasil; João Goulart; As Relações Perigosas: Brasil-Estados Unidos; Brasil-Estados Unidos: A rivalidade emergente; De Marti a Fidel; Fórmula para o Caos, a derrubada de Allende; Formação do Império Americano; Argentina, Brasil e Estados Unidos; A Segunda Guerra Fria; A Desordem Mundial.

Luiz Alberto nos deixou: sua obra sobrevive como guia e farol para todos os que lutam por um Brasil mais justo, mais desenvolvido, mais democrático, mais soberano.

 

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