A vida nos ensina a cada momento, às vezes duramente, que nada daquilo que mais prezamos é definitivo. Amores, familiares, relações, endereços, admirações, posição, fortuna, saúde, formosura, poder, tudo, tudo passa, tudo muda. É a inflexível ‘lei da evolução’. Que em algumas situações pode significar ‘da involução’. Como agora acontece, com a mudança do cônsul-geral do Canadá, Sanjeev Chowdhury, concluindo sua missão – longa – em nosso estado, e cedendo seu posto para uma sucessora, no próximo janeiro.
O choque será duro para quem se acostumou ao convívio com sua inteligência rara, o senso de humor refinado, os seus hilários speeches de improviso, cujas espirituosidade e franqueza desconcertam àqueles que esperam de um diplomata a formalidade de um ovo na boca.
Extraordinariamente capaz, o diplomata Chowdhury, em cinco anos, estreitou os laços entre o Canadá e o Brasil, que passam pelo Rio de Janeiro. Multiplicou os intercâmbios em todas as áreas. Turismo, ensino, cultura, negócios e esporte (e como! – com a Copa e as Olimpíadas!). Sua residência, no Jardim Pernambuco, transformou-se num ponto permanente de encontro de grandes empresários de seu país e de brasileiros, sempre recebidos por Sanjeev e seu companheiro Kie To, de modo fraterno e elegante, sem exageros ou ostentações, à melhor maneira sóbria do Canadá. Um chef canadense assinando os menus, e Kie To, que é excelente chef vietnamita, algumas vezes nos brindando com delícias de seu país nos aperitivos.
Vamos, sim, morrer de saudades daquelas confraternizações no Jardim Pernambuco, onde podíamos encontrar alguns dos mais importantes empresários brasileiros, autoridades canadenses, educadores, gente da mídia, o corpo diplomático acreditado no Rio, personalidades da sociedade carioca, enfim, um mix que só um diplomata traquejado sabe proporcionar.
Mais do que tudo, vamos sentir a ausência do bom amigo, que do Rio segue para um ano sabático. Seis meses de estudos em Paris, seis meses em seu Canadá. E ao fim de um ano assumirá suas novas funções no Ministério das Relações Exteriores canadense. Como sempre, de modo brilhante.
E o carinhoso “bota fora” já começou. Quem deu a partida foi Antenor Barros Leal, o ex-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, que recebeu com Silvia, lotando o restaurante do Hotel Sol Ipanema, e aquele vistão entrando janela adentro, pra dizer um luminoso good-bye ao Sanjeev!
Sanjeev Chowdhury, o cônsul-geral do Canadá, e Silvia Barros Leal, a anfitriã do almoço de despedida do diplomata, no Hotel Sol Ipanema
Antenor Barros Leal deu a partida no Festival Sanjeev de Despedidas, lotando o Sol Ipanema com empresários, sobretudo, e falou, não do cônsul, mas do amigo que vai deixar o Rio
Antecedendo aos discursos, foi realizada uma leitura do longo currículo do homenageado, pelo jovem reitor da Unisuam, Arapuan Neto, que concedeu ao diplomata Sanjeev Chowdhury o título doutor Honoris Causa
Entre os amigos e admiradores de Sanjeev presentes estava o presidente da Vale, Murilo Ferreira, na ponta da mesa, a quem coube uma surpresa à sobremesa…
Em nome do Governador Geral do Canadá, o cônsul-geral Sanjeev entregou a Murilo Ferreira, presidente da Vale, a Medalha Canadense, condecoração altamente honorífica do seu país, que raros brasileiros possuem. Participam da foto, o cônsul-geral em São Paulo, Stéphane Larue, e Antenor Barros Leal.
Sanjeev discursa e Vera Tostes, do Conselho de Cultura da Associação Comercial, assiste
O consulado do Canadá muito bem representado por Murilo Veiga e Roman Szelazek, autor destas fotos
De presente do casal Barros Leal, Sanjeev recebeu uma aquarela pintada por Silvia, onde se vê o telhado de sua casa no Jardim Pernambuco. Ela mora bem em cima, no Alto Leblon. Belo souvenir para levar para o Canadá.
Fotos de Roman Szelazek