Uma contribuição ao prefeito Eduardo Paes e ao COI para elevar o astral nas Olimpíadas

Em tempo de Olimpíadas, a população motivada quer dar sua contribuição. E há ideias que bem merecem ser consideradas, como a do engenheiro civil Ricardo Khcichfy, chefe da Divisão de Ciência e Tecnologia do Clube de Engenharia. Eis o que ele, através deste blog,  sugere ao prefeito Eduardo Paes, para elevar o astral dos cariocas nesta fase “baixo astral” que o Rio vive:

“Que, durante as premiações aos atletas vencedores, após serem executados os hinos de seus países, o público presente cante o hino Cidade Maravilhosa”.

Khcichfy acredita que a inovação poderá revolucionar as comemorações esportivas, mostrando ao mundo o belo hino da nossa cidade, encantando a todos – os estrangeiros que estiverem aqui, nos locais de premiação, e os que estiverem no exterior assistindo às transmissões.

Para que isso aconteça, ele propõe grupos situados estrategicamente, no estádio, na arena ou ao ar livre, instruídos para dar início, a todos os pulmões, à marchinha composta por André Filho, cantando os encantos mil de nossa cidade.

Recado dado ao prefeito Paes… e também ao COI, a quem de fato cabe esse Cerimonial das premiações. Esperamos que chegue a eles.

No Biarritz e com Lourdes Catão, um Rio de Janeiro com requinte, bom gosto e refinamento

É obrigatório. Desde que, há cinco anos, mudou-se para o Edifício Biarritz, na Praia do Flamengo, Lourdes Catão dá a partida no Festival de Comemorações do aniversário de Maria Alice Araujo Pinho, com um almoço reunindo o grupo de mulheres mais elegantes da cidade.

O que caracteriza os almoços de Lourdes não é somente a frequência, é sua atitude de dona de casa que se coloca, com prazer, em cada item do preparo de seu evento. E tudo é Lourdes. Em cada canto lá está ela. Na papeleira com porta-retratos de prata e pequenas peças Cia. das Indias. No altarzinho com ícone russo e velas. Na mesa inglesa com porcelanas Vieux Paris. No biombo chinês de seda e a orquídea também de seda sobre o gueridon. A mesa de centro de laca e, em cima dela, uma coleção de esculturas de bronze. A grande estante iluminada, que faz moldura para toda a sala, com uma harmoniosa coleção de peças chinesas reunidas ao longo da vida.

Mesa posta, o mesmo garçon Mendonça, de todos os almoços e jantares de Lourdes, era quem servia, com a ajuda de um auxiliar. Em vez de toalha, paninhos de linho branco com bordados Richelieu em azul. O camarão ao curry foi servido em bacia de porcelana chinesa. A salada taboule, em saladeira de vidro dentro de travessa redonda de jacarandá. O cuscuz, o purê de banana, a carne e seus acompanhamentos… Lourdes explicava: “Tudo feito em casa, pela minha cozinheira”.

Grandes bandejas individuais estão disponíveis, para cada convidada, junto à mesa do buffet, vestidas com fronhas de cambraia branca engomadas, imaculadas. Tudo muito prático, bonito e refinado.

Houve parabéns pra você, com velas no bolo de dona Regina Rodrigues. E todo bolo de dona Regina é realmente delicioso. Esquecemos a dieta.

Saí de lá, pensando… Enquanto houver Lourdes, há glamour. Enquanto houver Edifício Biarritz, há memória. Enquanto houver tal grupo de mulheres elegantes, há motivos para se acreditar em um Rio de Janeiro com todas as possibilidades de requinte, qualidade, bom gosto e refinamento .

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A anfitriã Lourdes Catão deu a partida no festival anual Maria Alice Araujo Pinho

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A sala Lourdes Catão no Edifício Biarritz

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Luciana Araujo Pinho, Mirtia Gallotti, Sandra Naslausky e Maria Alice de Araujo Pinho

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Kiki Almeida Braga, Terezinha Noronha e Juju de Almeida Magalhães

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Angela Alhante, Lourdes Catão e Vera Bainville

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Márcia Junqueira e Sandra Salles Coelho

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Kitty Assis, Vera Bocayuva e Vania Neylor

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Esta jornalista com Cecília Dornelles, saboreando o camarão ao curry com o cuscuz

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Laís Gouthier e Thereza Muniz

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Cecília Dornelles e Diva Leite Garcia

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Vera Bocayuva

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Lourdes e a aniversariante homenageada, Maria Alice de Araujo Pinho
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A bolsa de Kitty Assis

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O maître Mendonça

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Vera, Lourdes, Maria Alice, Maria Helena e Thereza Muniz

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Mendonça corta o bolo de Regina Rodrigues

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Fotos de Hildegard Angel

Deputados aprovam projeto de Serra que tira da Petrobras exclusividade do Pré-Sal – e você sabe mesmo o que isso significa?

Este 7 de julho de 2016 prenuncia-se data para ser lembrada pelo povo brasileiro, em  breve futuro, com choro e ranger de dentes.

Hoje, no mesmo exato horário em que nossos deputados federais aprovavam o Projeto de Lei de José Serra, que tira da Petrobras a exclusividade no Pré-Sal, nossa imprensa distraída preocupava-se em dar todo espaço ao discurso com choro de Eduardo Cunha.

O texto original de Serra foi aprovado na íntegra, conforme o relatório do deputado da Bahia José Carlos Aleluia, à revelia da análise da Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal, cujas mudanças propostas ao projeto foram todas rejeitadas… Bingo!

As Chevron da vida devem estar estourando champagne nas praias de Tio Sam.

Agora, o texto segue direto para o Plenário da Câmara, aquele que vota para “o meu filho”, “o meu pai”, a mamãe”, e todos os ilustres familiares seguem presos no dia seguinte…

Como bem alertou durante a votação o deputado Glauber Braga, “o que estamos votando aqui é o início do processo de privatização da Petrobras e o deputado Aleluia sabe muito bem disso”.

Irão os lucros de nossa descoberta para a próspera, abastada, gula estrangeira e não mais para as magras, descarnadas, carentes mãos de nossa saúde pública e de nossa educação, como tanto necessitamos e pretendíamos.

 
Para discutir nosso país, é preciso estar bem informado, e infelizmente a grande imprensa não tem sido boa conselheira nesse item.
Leiam abaixo a contribuição valiosa do engenheiro especialista no assunto,  Ricardo Maranhão, ao debate:
AINDA O PRÉ-SAL

*Ricardo Maranhão

O PRÉ-SAL é um conjunto de rochas carbonáticas, situadas no litoral brasileiro, com grandes acumulações de óleo e gás. Sobre estas rochas foi depositada, a milhões de anos, uma extensa camada de sal que pode ter até dois mil metros de espessura. A profundidade total dessas rochas é de até 8000 metros, em relação à superfície do mar, onde a lâmina d’água é superior a dois mil metros.

O PRÉ-SAL constitui uma nova fronteira exploratória, com características inéditas. Empresas multinacionais estão explorando áreas semelhantes, na Costa Ocidental da África. Algumas aproveitando o aprendizado obtido nas parcerias com a PETROBRÁS.

Registro que o PRÉ-SAL é uma das maiores, senão a maior, descoberta de petróleo, no mundo, nos últimos 20 anos. Estudos bem fundamentados, do Instituto Nacional de Óleo e Gás – INOG, vinculado à UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, elaborados por CLEVELAND JONES e HERNANE CHAVES, sinalizam, com 90% de probabilidade, para reservas da ordem de 176 bilhões de barris. Estas reservas, com possibilidade de 10%, podem chegar a 273 bilhões de barris, suficientes para atender ao consumo de todo o mundo, por seis anos.

Destaco que os números acima não incluem os 30 a 40 bilhões de barris que já foram descobertos.

Os reservatórios podem estar a até 340 quilômetros do continente, onde a lâmina d’água atinge 2400 metros e os poços profundidades de 7000 a 8000 metros.

O PRÉ-SAL foi descoberto por brasileiros. Pelo corpo técnico da PETROBRÁS, competente, motivado e impulsionado pelo sentimento de patriotismo, cônscio de sua missão criadora de condições necessárias à Soberania Energética de nosso País. Mas, não somente pelos combatentes da PETROBRÁS. Eles contaram e contam com apoio de dezenas de universidades e centros de pesquisas, fornecedores de materiais e equipamentos e empresas de engenharia brasileiras, que atuam em articulação com a nossa maior Companhia.

O polígono do PRÉ-SAL se estende pelo litoral dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, com área aproximada de 149 mil quilômetros quadrados, abrangendo as bacias de Santos e Campos. Esta área corresponde a 3,4 vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro. Os limites da área foram fixados a partir de avaliações e interpretações geológicas. Não está descartada a possibilidade dos reservatórios do PRÉ- SAL estarem interligados.

Os desafios foram e são enormes. As grandes distâncias do continente, dificultando  logística. As elevadas pressões e temperaturas exigem o desenvolvimento de materiais inéditos. A presença de gases, como o dióxido de carbono e gás sulfídrico. Os agentes que provocam forte corrosão e as características da crosta terrestre, que ensejam a possibilidade de desmoronamento dos poços. Tudo isto, e muito mais, foi superado, com obstinação, pelos brasileiros.

O esforço hercúleo, que persiste, foi recompensado.

As jazidas são monumentais. O óleo é leve, de excelente qualidade, com cotação elevada no mercado. Os poços têm produtividade extraordinária. Alguns produzem até 35.000 barris/dia de óleo ou 41.000 barris/dia de óleo equivalente (1000 m³ de gás natural = 1 m³ de óleo = 6,29 barris).

É preciso destacar este número: QUARENTA E UM MIL BARRIS POR DIA, DE ÓLEO EQUIVALENTE. Para entendermos o que significa isto damos um exemplo.

A PETROBRÁS produz petróleo no Brasil, em terra (onshore) e offshore (na plataforma continental). Os estados produtores são Amazonas (terra), Maranhão (terra), Ceará (terra e mar), Rio Grande do Norte (terra e mar), Sergipe (terra e mar), Alagoas (terra), Bahia (terra e mar), Espírito Santo (terra e mar), Rio de Janeiro (mar), São Paulo (Mar), Paraná (terra, óleo de xisto, em São Mateus do Sul).

Para que possamos entender melhor o significado dos quarenta e um mil barris /dia de um único poço no PRÉ-SAL, consideremos o CAMPO DE FAZENDA BELÉM, no Estado do Ceará. FAZENDA BELÉM é um campo gigante, descoberto em março de 1980, reserva da ordem de 700 milhões de barris. Nele foram perfurados nada menos de 1.000 poços, dos quais 395 permanecem em produção. Este conjunto de 395 poços produz, apenas, 1.800 barris/dia ou pouco menos de 5 barris/dia por poço!!! Ou seja, em FAZENDA BELÉM um poço produz, em média, 5 barris/dia. No PRÉ-SAL, de um único poço são extraídos nada menos de quarenta e um mil barris de óleo equivalente por dia!!!

Outra característica importantíssima do PRÉ-SAL é o baixo risco geológico que foi comprovado pela Petrobrás, após pesados investimentos em vários poços pioneiros exploratórios, com grande risco, o que certamente nenhuma empresa estrangeira faria.

Exemplo desta inapetência das empresas petrolíferas estrangeiras em investir no Brasil é o da  a Shell, que detinha a concessão do bloco onde depois a Petrobrás enfrentou o risco exploratório com extrema competência, investiu pesadamente na perfuração de  um poço pioneiro profundo e descobriu a mega acumulação de Libra. As empresas estrangeiras não investem quando há risco, aguardam a Petrobrás investir e quando a Petrobrás descobre, como no caso do pré-sal, atuam como verdadeiros corsários, em nome de seus países de origem, para abocanhar riquezas que foram descobertas com a competência de brasileiros, com recursos financeiros brasileiros, no Brasil. O ÍNDICE DE SUCESSO (relação entre poços com óleo / poços perfurados) CHEGA A 100%, OU SEJA RISCO ZERO.

Ao superar desafios extraordinários no PRÉ-SAL, a PETROBRÁS consolida sua inquestionável liderança na exploração de petróleo em águas profundas e ultraprofundas.

Esta liderança, que já havia sido reconhecida pela OTC – Offshore Technology Conference, em 1992 e 2001, foi reafirmada, pela 3ª vez, em 2015, com a concessão do DISTINGUISHED ACHIEVEMENT AWARD FOR COMPANIES.

Descoberto em 2006, em apenas 2 anos o PRÉ-SAL já estava produzindo. Foram necessários somente 8 anos para que a produção atingisse 400 mil barris/dia. Províncias semelhantes demoraram mais tempo para superar este patamar de produção, como o Mar do Norte (9 anos), Bacia de Campos (16 anos) e a porção americana do Golfo do México (19 anos). Em apenas 10 anos, agora, em 2016, a produção do PRÉ-SAL já ultrapassa um milhão de barris/dia, atingida no dia 08 de maio.

À medida que avança na exploração a PETROBRÁS vai colhendo resultados cada vez mais expressivos e encorajadores. O primeiro poço perfurado, custou US$ 240 milhões. Dificilmente uma empresa privada correria este risco.

Em 2013 o índice de sucesso da PETROBRÁS, no PRÉ-SAL, foi de 100%.

O custo de extração vem caindo, sistematicamente, e, no final de 2015, foi de US$ 8,00/barril. Contribuem para a redução dos custos de exploração/produção, diferentes fatores dos quais podemos destacar:

– as inovações tecnológicas introduzidas pela PETROBRÁS; – a produtividade dos poços, com redução nas atividades de perfuração; – novas técnicas de perfuração, com diminuição na completação dos poços.

O custo de locação das sondas, parcela de enorme expressão no custo total, também se reduziu muito (podia chegar a US$ 500 mil/dia).

A descoberta do PRÉ-SAL nos colocou diante de duas realidades, até então não verificadas na indústria brasileira do petróleo: – a dimensão extraordinária das jazidas, em áreas de baixíssimo risco, ou mesmo de risco inexistente; – a elevada produtividade dos poços; – a possibilidade, praticamente já concretizada, da autosuficiência brasileira; – o posicionamento do Brasil como um dos líderes na produção mundial de petróleo; – a geração de excedentes de óleo, para exportação.

Estas circunstâncias tornaram imperiosa a mudança no marco regulatório, disciplinado pela Lei 9478, de 06 de agosto de 1997, que estabeleceu o regime de concessão. Regime em desuso. Anacrônico. Com diversos inconvenientes. Dentre eles o principal – a propriedade do óleo é do Concessionário. O Estado Nacional tem dificuldades em controlar a produção. O ritmo de extração é fixado pelo Concessionário que pode, no objetivo do lucro máximo, levar â exploração predatória das jazidas.

Decidiu então o Congresso Nacional aprovar a Lei nº 12.351, de 22.12.2010, conhecida como LEI DA PARTILHA, que trouxe importantes medidas para a defesa do interesse Na partilha o óleo é de propriedade do Estado Brasileiro. Pela Lei 12.351 todos os Consórcios que venham a ser formados para exploração do PRÉ-SAL devem ter, OBRIGATORIAMENTE, a presença da PETROBRÁS, que é OPERADORA ÚNICA, com a participação mínima de 30%. Também foi estabelecida uma política de CONTEÚDO LOCAL para assegurar uma participação mínima da indústria e da engenharia nacional nos projetos do PRÉ-SAL.

Os Consórcios são contratados mediante licitações, conduzidas pela ANP –Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Havendo necessidade deresguardar o INTERESSE NACIONAL, a PETROBRÁS pode ser contratada diretamente, sem licitação.

Fora de dúvidas um avanço em relação às concessões.

A lei permite a participação de empresas estrangeiras, em até 70% nos consórcios a serem formados. Não é, portanto, restritiva! Seus dispositivos, visam apenas à defesa do INTERESSE NACIONAL. Objetivam dar ao Estado Brasileiro um mínimo de controle sobre a extração de produto mineral, não renovável, estratégico, para a segurança econômica, energética e militar de nosso País.

Não obstante a lei ser o mínimo do que se deve exigir para salvaguardar o INTERESSE NACIONAL, há fortes pressões para tirar da PETROBRÁS o direito de sua presença obrigatória em todos os consórcios e, conseqüentemente, a condição de OPERADORA ÚNICA, nos consórcios em que esteja ausente.

Argumentam, falaciosamente, que “a PETROBRÁS terá a preferência e assumirá a participação no Consórcio, se desejar e se lhe for conveniente”.

Ora, basta um governo descuidado, incapaz de entender a importância estratégica do petróleo, para que a PETROBRÁS decline da participação.

O argumento é a falta de recursos. “A PETROBRÁS ESTÁ QUEBRADA. FALIDA”. O argumento é usado para justificar duas soluções equivocadas.

A VENDA DE ATIVOS, privatização subreptícia, disfarçada. A privatização pode desintegrar, tirar da PETROBRÁS a condição de COMPANHIA INTEGRADA. Uma das condições para o sucesso de qualquer petroleira. A venda de ativos, diminuindo o PORTE da Companhia, também inviabiliza a PETROBRÁS.

PORTE e INTEGRAÇÃO, são condições de sucesso para qualquer petroleira, segundo o INSTITUTO FRANCÊS DO PETRÓLEO.

Não negamos a dimensão do endividamento da PETROBRÁS. Todos os números da PETROBRÁS são grandes. (produção, vendas, contribuições fiscais, faturamento, etc) Mas há propostas, consistentes, para diminuir o endividamento, para limitar a venda dos ativos ao mínimo necessário, seletivamente (baixa rentabilidade, ativos ociosos, etc), sem desintegrar a empresa, sem paralisar investimentos essenciais, sem descontinuar obras que estão em fase de conclusão e que são importantes para o País.

*Ricardo Maranhão, engenheiro, ex-deputado federal, é Conselheiro do Clube de Engenharia.

O STF e o Império da Lei – um artigo de Santayana de obrigatória leitura

Que este artigo de Mauro Santayana seja replicado por todos os blogs, sites, portais, faces responsáveis, este o apelo que lhe faço.

3 de jul de 2016

Na última semana, juízes e procuradores de São Paulo, declararam-se “perplexos”, e manifestaram-se contra a decisão da Suprema Corte, por meio do Ministro Dias Toffoli, de mandar soltar Paulo Bernardo, detido em Brasília, diante de seus filhos, em um apartamento pertencente ao Senado Federal, em espetaculosa ação da Polícia Federal que contou com a participação de numerosos homens e até mesmo de um helicóptero, como se o ex-ministro fosse um perigoso traficante de drogas, uma espécie de Pablo Escobar, entrincheirado em uma inexpugnável fortaleza no deserto, na fronteira sul dos EUA.

Têm os nobres procuradores todo o direito de ficarem perplexos com a decisão do Ministro Toffoli.

Como têm os cidadãos brasileiros – pelo menos aqueles que não fazem parte da manada psicótica manipulada por parte da mídia desde 2013 – o direito de, por sua vez, ficarem perplexos com a “perplexidade” dos procuradores, diante da clareza cristalina do que afirma a lei nesta República, a propósito das garantias aos direitos individuais, da presunção de inocência e do mais amplo direito de defesa que devem proteger o cidadão frente ao sistema e ao Estado, sempre que seu poder for distorcido ou exacerbado.

Nunca é demais lembrar, reza a Constituição Federal, no Artigo 5:

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVII- ninguém será culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”;

E o Código Penal:

“Art. 283.  Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.

“Art. 312.  A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Nos últimos tempos, têm se estirado e retorcido, como se fossem de látex, os princípios da lesividade; da materialidade; da culpabilidade; da velha e justa premissa  “in dubio pro reo”; da jurisdicionalidade; do princípio acusatório; do princípio do encargo da prova – é à acusação que cabe provar a responsabilidade criminal do suspeito; e o do contraditório.

A prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, da forma como foi executada, é mais um indício, sutil como um elefante, de o país em que estamos nos transformando, e dos riscos que corre, no Brasil de hoje, a Democracia.

É da natureza humana a extraordinária sede de poder daqueles que têm algum poder.

E é por isso que a distorção e a desobediência ao espírito da Lei precisam ser combatidas, principalmente quando cometidas por agentes do Estado, porque depois, com o passar do tempo, elas se tornam mais intensas e  profundas e não podem mais ser controladas.

Uma coisa é o combate real à corrupção.

Outra, o discurso por trás dele, que, na maioria das vezes, ao contrário do que pensa a maioria, não é usado apenas  pelos mocinhos, mas principalmente pelos bandidos.

Pinochet, Suharto, Salazar, entre muitíssimos outros, e, principalmente, Mussolini e Hitler, dele fizeram sua bandeira e seu diabólico e demagógico ariete contra a Democracia, usando-o para abrir caminho para o poder, e para  implantar em seus países e mais tarde em toda a Europa ocupada um regime de terror assassino e demente, responsável pela prisão, a  tortura e o genocídio de dezenas de milhões de pessoas.

Nem serve, como muitos o vêm também, de panaceia para nada.

A Itália, terra da Operação Mãos Limpas, continua tão ou mais corrupta – ou corruptível – como antes, como se pode ver pelos mais recentes escândalos envolvendo a Velha Bota, e mesmo na China comunista – onde é punida quase que  sumariamente  com a morte – a corrupção continua existindo, porque o que muda uma Nação não são operações  jurídico-policiais, em si, mas alterações e aperfeiçoamentos reais no sistema político.

O Inferno – como o próprio demônio vive repetindo, satisfeito  – está cheio de boas intenções.

O discurso de combate à corrupção não pode, como está ocorrendo no Brasil, se sobrepor ao desenvolvimento nacional,  aos Três Poderes e às  instituições.

Ele não pode estar acima da Democracia, que é, por natureza, tão diversa quanto problemática – já que reflete, como ocorre em qualquer país do mundo, os problemas e defeitos de toda a sociedade – mas que representa ainda o melhor regime encontrado nos últimos 2.500 anos para regular a vida das nações, dos estados, das comunidades e dirimir as diferenças dos variados grupos sociais.

Nem pode se arvorar em juiz do regime político vigente, ou do sistema de presidencialismo de coalizão, já que esse tipo de prerrogativa é atributo exclusivo do Legislativo – eleito pelo voto soberano de dezenas de milhões de brasileiros – e não de juízes de primeira instância, nem de policiais federais, nem de procuradores, que não tem função de mando nem de comando, e são – com todo o respeito que mereçam pelo seu trabalho – meros servidores do Estado.

Se tem gente, nessas instituições, que acha que ao passar em concurso, foi escolhido pelo destino para “consertar” o país – os nazistas pensavam o mesmo sobre a República de Weimar – eles devem afastar-se de suas respectivas carreiras e disputar, no voto, uma cadeira na Câmara ou no Senado, ou em uma Assembleia Nacional Constituinte.

E parar de acreditar que vão fazer isso  prendendo a torto e a direito, sem nenhum respeito pela Lei e a Constituição, políticos e empresários, com base em ilações forçadas e em delações “premiadas” dignas da Alemanha Nazista ou da União Soviética de Stalin.

Principalmente, quando eles mesmos não são perfeitos – é preciso lembrar que não existe corporação nenhuma que o seja, em nenhum lugar do mundo – como demonstram:

 a) – A prisão de dois adolescentes, separadamente, em duas cidades do interior de São Paulo, por terem “ousado” – apoiando-se no direito de expressão, um dos princípios basilares da Constituição Federal – criticar a polícia em comentários nas redes sociais.

b) – Os mais de 70 juízes “condenados” a bem do serviço público, a continuar recebendo integralmente altíssimos proventos depois de “aposentados”,

c) – As dezenas de processos movidos por juízes e procuradores do Ministério Público, contra o jornal Gazeta do Povo, do Estado do Paraná – estado onde fica a “República de Curitiba” – por este ter denunciado, publicando documentos comprobatórios, que os proventos das duas classes passaram de 550.000 reais per capita no ano passado, muito acima, portanto, do teto legal correspondente ao salário de Presidente da República.

Processos criticados pela ministra Carmem Lúcia e suspensos por decisão da Ministra Rosa Weber, há poucos dias, em outra medida  extremamente louvável do STF, voltada para o restabelecimento de um mínimo de bom-senso e de respeito à legalidade no universo jurídico nacional.

Está se produzindo no Brasil uma espécie de macarthismo tupiniquim que – ao contrário também do que pensam muitos – será, como ocorreu nos EUA, duramente condenado pela História.

Cabe ao Supremo Tribunal Federal decidir se seus membros agirão com coragem e dignidade, como guardiões da Lei e da Constituição, nesta desafiadora fase da vida nacional, ou se, por pressão de parte da mídia e da massa  ignorante e intolerante que ela manipula, acabarão cedendo e aceitando tornar-se silenciosos cúmplices de uma tragédia anunciada, que não se encerrará agora, e que, pelo contrário, poderá se aprofundar com a entrega do país ao fascismo nas eleições presidenciais de 2018.

Estamos agindo como se o pseudo combate à corrupção – no caso, uma doutrina jurídica que solta corruptos ou os  “condena” a passar um ou dois anos em nababescas mansões – e pune homens públicos sem sinais de enriquecimento ilícito ou contas na Suíça a pesadas penas de prisão por atos de natureza político-partidária-eleitoral, não trouxesse, para o país, pesados danos colaterais, ou fosse, de per si,  o mais alto objetivo nacional neste momento, justificando, direta, indireta, kafkianamente, todo tipo de ilegalidade e despautério.

Algumas das maiores empresas do Brasil, de todos os matizes e áreas de atuação, são invadidas por membros das forças de segurança praticamente a cada novo dia, prejudicando seu crédito, seu valor, seus acionistas, os seus trabalhadores e suas famílias – demitidos às dezenas de  milhares – seus mercados, sua credibilidade externa, seus projetos – que são interrompidos – e centenas de pequenos e médios fornecedores que as atendem, que também passam a quebrar e  a cortar funcionários em nefasta reação em cadeia.

Gigantescos projetos, de refinarias, plataformas de petróleo, complexos petroquímicos, irrigação e saneamento, navios, ferrovias, rodovias, energia, defesa – que não eram executados nessa dimensão e amplitude há décadas – são embargados judicialmente ou atrasados indefinidamente, seguindo o curioso raciocínio de que, para tentar achar, em uma obra, 2 ou 3% de suposta propina – o dinheiro arrecadado até agora em recuperação de desvios é pífio, por isso se recorre a “multas” para justificar o seguimento dos processos – não interessa se os outros 97% forem transformados em sucata, provocando bilhões e bilhões de dólares em prejuízo, ou se no final serão lançados, na prática, técnica, empresarial, e estrategicamente, no  lixo.

O programa do submarino atômico brasileiro está sendo investigado, o almirante responsável pelo bem sucedido programa nacional de enriquecimento de urânio foi preso, o controlador da empresa responsável pela construção do míssil A-Darter da Aeronautica encontra-se detido.

Essa situação está abrindo caminho para a entrega da indústria bélica brasileira a controladores estrangeiros, depois de anos de esforço da iniciativa privada e das Forças Armadas, para evitar que isso ocorresse.

É preciso não esquecer, nunca, que a criminalização da política – com a desculpa de se dar combate à corrupção e o recurso a um anticomunismo hidrofóbico, anacrônico, psicótico e obtuso –  é a pedra fundamental dos governos totalitários.

No Brasil, essa combinação nefasta levou ao fim da Democracia; a várias tentativas de derrubar Juscelino Kubitschek, de inviabilizar Brasília, os programas de industrialização e modernização do país, de energia e transporte; e ao suicídio, com um tiro no peito, do Presidente Getúlio Vargas.

Carlos Lacerda, apelidado de “O Corvo”, símbolo e quintessência do golpismo hipócrita, canalha, entreguista e mau caráter, dizia de JK, em uma frase digna de um manual da CIA à época da Guerra Fria, que tornou-se uma espécie de roteiro estratégico dos golpistas latino-americanos: “esse homem não pode ser candidato. Se for candidato, não pode ser eleito para a Presidência da República. Se for eleito, não podemos permitir que governe, e se governar, ele tem que ser derrubado”.

Os “políticos”, como chamados, genericamente, pela massa conservadora  que os despreza e odeia – com todos os seus defeitos, que espelham a formação, limitações e idiossincrasias de seus eleitores – estão longe de ser perfeitos.

E isso não ocorre apenas aqui, mas em todas as nações democráticas do mundo.

Mas é a eles que pertencem os votos.

Votos que, não interessa a quem sejam dirigidos, se escudam no sagrado artigo primeiro da Constuição Federal, que reza  que “todo o poder emana do povo e em seu nome será exercido”.

É esse poder que deve ser respeitado e obedecido, acima de todos os outros, que dele derivam, como base e introito da Constituição, da República, da Lei, da  Democracia e da Liberdade.

Há quem tenha se habituado, nos últimos tempos, a tratar o voto como se este fosse um aspecto secundário da vida política nacional, que pode ser questionado, desrespeitado, relevado ou contornado, com base em ações de um ou outro segmento do Estado ou  da opinião pública.

A atual caça às bruxas deriva da íntima convicção que têm setores do Ministério Público, da Polícia Federal e da Magistratura – não todos, graças a Deus – de que foram indiretamente escolhidos por Ele, por meio de concurso, para consertar o país, punir e exemplar a “classe” política, e corrigir   distorções eventualmente criadas pelo voto “equivocado” – que na verdade é direto e soberano – de milhões de cidadãos brasileiros.

Trata-se de temerário e perigoso engano.

O papel da Polícia, do Judiciário, do Ministério Público, é fazer cumprir a lei, e, para isso, é preciso obedecê-la, primeiro,  de forma plena, rigorosa e  respeitosa.

E o papel de julgar, moralmente, seus representantes, é do povo brasileiro – por meio da urna –  e não de instituições que estão ali para ser igualmente julgadas pelo povo e para servir à população que paga, com seus impostos, seus salários.

Nesse aspecto manda mais o eleitor do que o Juiz, o Policial, o Procurador.

Já que é preciso entender e reconhecer o fato, cristalino, de que trabalhar para o cumprimento da Lei não coloca ninguém acima da própria.

E que é necessário compreender que o exemplo tem que partir dos servidores do Estado, que a ela devem a mais estrita obediência e observância dos grandes princípios que a norteiam.

No Brasil de hoje, parece que nos esquecemos de tudo isso.

Como nos piores regimes autoritários,  instalou-se, na parte mais intolerante e ignorante da população e em certos setores do Estado, um clima de desatado linchamento que justifica e promove a prisão de brasileiros sem nenhuma prova, na maioria das vezes apenas com base em delações e ilações, e joga-se a chave da cela fora até que o cidadão, abandonado praticamente à própria sorte, invente uma história qualquer para delatar o próximo da fila,  igualmente sem provas, para reaver alguma perspectiva de liberdade.

Nessa situação  absurda e surreal, que só chegou onde chegou porque não foi corrigida, controlada, desde o início, e deixou-se correr solto o processo de formação de um consenso jurídica e constitucionalmente insustentável, por meio do estabelecimento de um comportamento de boiada em alguns segmentos da opinião pública, que, entre outras coisas,  insultam, ameaçam, impune e permanentemente, todos os dias, juízes do STF e a própria instituição, nos portais e redes sociais.

Pretende-se impor, na base da  pressão intensa e diuturna dessa parte da população – da  qual fazem parte grupos nada “espontâneos” – a vontade de juízes de primeira instância, procuradores e policiais, não apenas ao Supremo Tribunal Federal, mas também ao Congresso Nacional e ao Executivo, como se o poder de que dispõem para fazer o que estão fazendo fluísse de fonte própria, e não do próprio Legislativo, que tem a prerrogativa, garantida por milhões de votos,  de organizar-se a qualquer momento – nesse caso, com imprescindível urgência – para votar e alterar leis que tolham eventuais excessos e arbitrariedades, permitindo  a correção da perigosa rota que estão tomando os rumos nacionais.

Os juízes têm que parar de decidir por pressão da mídia e dos internautas que habitam o espaço de comentários dos portais e redes sociais – internautas que acham que podem obrigar o país a fazer o que lhes dê na telha – e de promover o espetáculo e a evidência para, ao buscar a aceitação e a admiração dessa minoria – porque de minoria se trata, não haja dúvida, como vemos nas últimas pesquisas – alimentar o seu ego e sua vaidade, e, em última instância, suas eventuais pretensões políticas ou eleitorais.

Se os juízes e procuradores quiserem alterar o texto da lei, ou fazer política, devem recolher-se a seu papel constitucional, e preparar-se, com todos os ônus dessa decisão, para  candidatar-se, no momento certo, como representantes.

Até lá, só lhes resta aceitar e acatar as decisões do Supremo Tribunal Federal e do próprio Congresso Nacional, que possui – com todos seus eventuais defeitos –  poder para legislar do modo que bem lhe aprouver.

E ao Supremo Tribunal Federal, continuar trabalhando, paulatinamente – mas com firmeza cada vez maior – frente à Nação e à História, no fortalecimento de suas prerrogativas e autoridade,   que estão sendo desafiadas constantemente por ameaças e pressões de todo tipo.

Restaurando plenamente o Império da Lei e do Estado de Direito, para fazer cumprir, de forma clara, transparente, incontestável, o que está escrito na Constituição da República.

Viúva de Paulo Freire escreve a Temer contra ataques do governo à memória do grande educador brasileiro

Recebi, bem como outros amigos e admiradores de Paulo Freire, a carta de sua viúva, Ana Maria, enviada por ela ao presidente interino Temer, em que faz a defesa da memória do marido, que vem sendo atacada através de texto no site Wikipedia, ao que parece devido à ação de agentes do governo.

Ana Maria – a Nita – nos pede, no email que chegou com o anexo, que divulguemos a carta, já recebida pela presidência. Abaixo, as transcrições. E que isso seja logo corrigido, pois se trata de uma ação vergonhosa contra a biografia de um incomparável brasileiro, um notável educador, um agente transformador – para melhor – da Humanidade.

Não se concebe que tais ataques partam justamente de seu país, o Brasil, enquanto todo o exterior o enaltece.   

 

 

Meus amigos,

senti a necessidade de demandar do presidente interino alguma ação contra os que, acobertados pelo anonimato, utilizaram máquina do Estado com a intenção de macular a imagem de Paulo.

Se considerarem pertinente podem  divulgar a carta, que segue anexa, pois o site da presidência já me informou haver recebido a mesma.
Meu abraço

nita

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Nita e Paulo Freire, parceria, cumplicidade, amor, durante e depois

Exmo. Sr. Presidente Interino do Brasil
 
Prof. Dr. Michel Temer
 
ASSUNTO: PAULO FREIRE: Wikipidia e SERPRO
 
Na qualidade de viúva, estudiosa e sucessora legal da obra do Educador PAULO FREIRE, quero, através dessa carta, estabelecer um diálogo cordial e franco com V. Exa., mesmo estando nós dois, em termos ideológicos, em posições diferentes, no sentido de esclarecer assunto que vem sendo divulgado pela imprensa nacional, de que partiu de dentro do governo através da rede do SERPRO, uma entidade pública, portanto sob a responsabilidade do Estado Brasileiro, a alteração no conteúdo da biografia de meu marido na enciclopédia livre Wikipedia, colocando-o como envolvido com um projeto de educação atrasado e fraco de caráter doutrinário marxista e manipulador.
Se não o tivesse conhecido na festividade de formatura de uma de suas filhas, creio que do curso de Psicologia/PUC-SP, ocorrida nos gramados do Clube Hípico de Santo Amaro, em São Paulo, quando sentados lado a lado na Mesa Diretora, ouvi de V. Exa. o enorme respeito e admiração que tinha pela obra e pela pessoa de Paulo Freire, não teria a ousadia de Vos escrever.
 
Como V. Exa. sabe, enquanto intelectual e jurista, o meu marido jamais praticou nenhum ato e nunca escreveu nenhuma palavra dos quais se pudesse, em sã consciência, outorgar-lhe a pecha de doutrinador marxista e homem de princípios filosóficos e educacionais fracos e débeis, acusações contidas na nova biografia agora publicada pela Wikipedia.
 
Para a construção de um país verdadeiramente democrático é da mais alta importância, que, órgãos do Estado ou que prestam serviços a ele, como o SERPRO, não estejam compactuando com interpretações de espíritos liberais inescrupulosos, que, intencionalmente maculam a honra de um homem que deu sua vida para que a educação, sobretudo a do Brasil, possibilitasse a libertação e a autonomia dos homens e das mulheres de nosso querido país. Nunca sob o bastão da intolerância, do fascismo ou do comunismo.
 
Acredito que o atual Ministro da Educação, natural do estado de Pernambuco, Mendonça Filho, como Paulo Freire o foi, teria o prazer (pessoalmente considero que o dever) de esclarecer e inibir que inverdades sejam ditas de seu conterrâneo, homem ético, probo e honrado, Patrono da Educação Brasileira. Acredito que o referido ministro se colocará e agirá, positivamente, a favor, no momento em que for instigado a isso por V. Exa., contra a manipulação da máquina do Estado a serviço do amesquinhamento de um dos mais importantes homens desta Nação.
 
É claro que Paulo Freire não é unanimidade, ninguém o é. Ele pode ser lido, analisado e contestado, isso faz parte da liberdade de expressão necessária e desejável à construção da cultura letrada de alto nível de qualquer país. Entretanto, o local dos contraditórios deve ser aberto, responsável, no seio da sociedade civil – na rua, na universidade e nas escolas, através da mídia, nos sindicatos e fóruns etc – e nunca dentro, exaltado por fato tendenciosamente ideológico-inverídico, acobertado pelo anonimato, por qualquer órgão da sociedade política.
 
É inconcebível que numa sociedade democrática se divulgue frases carregadas de ódio e de preconceito como: “Paulo Freire e o Assassinato do Conhecimento” – absurda e ironicamente, no ano em que Paulo Freire está sendo considerado nos EEUU como o terceiro intelectual do mundo, de toda a história da humanidade, mais citado, portanto mais estudado nas universidades norte-americanas, que, a princípio são contra o marxismo.
 
Contando com Vossa compreensão e interferência para que se
restabeleça a Justiça e a Verdade.
 
Cordialmente,
 
São Paulo, 30 de junho de 2016.
 
ANA MARIA ARAÚJO FREIRE

Uma campanha cidadã pelo Rio de Janeiro. Quem quer aderir, quem?

O Prefeito Eduardo Paes baixou decreto que o Flamengo não é mais Zona Sul. Está certo. Afinal, caiu tanto o nível de Leblon, Ipanema, Copacabana, Leme, aquela orla ficou de tal forma “avacalhada”, que o tradicional bairro do Flamengo deveria passar a ser classificado como Zona Extra Plus.

É o bairro mais civilizado e aprazível da cidade, tendo como extensão a bucólica Laranjeiras, o histórico Catete, a encantadora trinca Cosme Velho-Glória-Santa Teresa, sem esquecer a gastro-boêmia Urca-Botafogo. Uma área do Rio que merecia, como um todo, ser do Patrimônio Histórico. Sem mafuá, sem bagunça, sem som hiper decibéis, sem pajelança funk.

Espero e torço que o decreto do prefeito seja para preservar geral e não para liberar geral, pois o Flamengo é a última joia da cidade que restou preservada e civilizada. É neste bairro que deveria estar a hotelaria 5 estrelas, pois nem todos vêm ao Rio apenas pela praia. E, se o prefeito atentar para isso e não permitir que ela seja descaracterizada com liberações para explorações comerciais equivocadas e eventos de massa predatórios, o Rio terá a sua Zona de turismo de alto poder aquisitivo, de fato e sem reclamações, o que faz muito bem à saúde financeira de qualquer cidade, sem se pensar em discriminação ou elitismos, mas em atrair divisas com inteligência, ao gosto da clientela que se busca atingir.

O Hotel Glória concluído, o Novo Mundo retrofitado, o Edifício Argentina (ao lado da FGV) sendo transformado em hotel, bem como outros prédios antigos da orla do Flamengo adaptados para a hotelaria 5 estrelas, seria um gol turístico inigualável para o prefeito.

Esta é uma ótima bandeira de campanha para qualquer dos candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro. Estimular a criação de uma área turística altamente qualificada, preservando nosso patrimônio, fortalecendo nossas finanças, porém sem degradar a cidade.

Prefeito Eduardo Paes e senhoras e senhores candidatos à Prefeitura do Rio, agradeço a atenção a este texto de uma carioca, nascida na Clínica Laranjeiras, visceralmente apaixonada pela cidade.

Aliás, em tempo e a tempo: já que o Flamengo agora é Centro, justo é que pague o IPTU de Zona Centro, estamos todos de acordo?
 

PS: Quem concordar, que compartilhe e ajude a fazer deste apelo uma campanha cidadã.

PPS: Posteriormente a prefeitura voltou atrás no decreto, mas a campanha pela orla 5 estrelas do Flamengo permanece, visando preservar o bairro.

Tony Mayrink Veiga, uma legenda social brasileira. Os amigos se preocupam, Carmen já se despediu…

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Tony Mayrink Veiga, com a mulher, Carmen I e Única, e a filha, Antonia Frering

É preocupante o estado de saúde de um dos mais emblemáticos personagens masculinos da sociedade brasileira. São poucas as esperanças de seus familiares. Apesar das várias cirurgias cardíacas já sofridas, não foi este o motivo que levou ao estado comatoso em que se encontra o empresário Antonio Mayrink Veiga, o Tony.

Ao lado da incomparável Carmen, ele formou, ao longo de décadas douradas, um dos casais mais elegantes, incensados e proclamados de nosso high, chegando ao Olimpo do grand monde internacional, aquele dos sobrenomes mais aristocráticos e inacessíveis, em se tratando de nobreza e em se tratando de negócios.

Frequentaram as páginas das revistas, jornais e colunas mais faiscantes, os flashes foram deles, as primeiras páginas, as primeiras filas, as melhores mesas, os lugares mais destacados. Ao lado de Carmen, Tony recebeu como lorde, foi recebido como rei. Eram convidados frequentes de caçadas em castelos europeus, bailes espetaculares, festas ímpares, ao lado de Patiños, Schlumbergers, Agnelis, Onassis, Niarchos e outros bilionários que fizeram história.

Andou nos melhores carros, voou nos jatos mais potentes, flutuou nas lanchas mais velozes. Com Carmen, frequentou os melhores restaurantes, bebeu os melhores vinhos (ela, pouco, pois praticamente não bebe). O mundo foi deles. E eram lindos, jovens, vigorosos, especiais.

Viveram o melhor que puderam, luxaram muito, se vestiram com extrema elegância. The best of the best. Juntos, souberam exercer com maestria o savoir faire, o savoir vivre, a verve, a sofisticação. Tudo isso com muito dinheiro, e sabendo gastar com requinte todo o dinheiro que tinham.

No peneirar de tanta abastança, Tony foi premiado com dois filhos carinhosos, Antonia e Antenor, que o acompanham desde sempre. E com a inigualável Carmen, que se compadece e se preocupa com o marido, independentemente das muitas feridas que uma vida conjugal sujeita a tantas variações possa provocar, ora ensolarada, ora assolada por intempéries. Prevalecem em Carmen os valores familiares da mamma italiana, o companheirismo, a memória dos momentos bons, a compaixão.

Antenor e Antonia estão com eles. Segurando a mão. Cuidando, atentos. Acompanhando, confortando. Carmen já se despediu de Tony. Os filhos já preparam os amigos mais próximos para o pior.

Os amigos torcem para que Antonio Mayrink Veiga, o Tony, esteja o melhor que uma pessoa possa estar num quadro preocupante como o que agora atravessa.

Ao aniversariante Santo Antonio, devoção de minha mãe, um presente divino: a obra de Chico e Miltinho

Muito obrigada, Chico Buarque e Miltinho MPB-4, por esse extraordinário hino da tragédia brasileira, que consagra e consolida a memória de luta, bravura e sofrimento de minha mãe, Zuzu Angel!

Chico cantando “¿Que hay de tu silencio?” (Angélica), composta para Zuzu Angel, legendas em espanhol. Vídeo inédito, porém sem data.

O vídeo de Tassia e a piscina de ratos

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Tassia combativa e sempre ascendente, no pensamento e nas causas

A atriz Tassia Camargo está sendo alvo de perseguição pelos blogs marrons, que a rotulam de “decadente”, por se posicionar a favor da Presidenta Dilma no episódio do corte da verba de suprimento do Palácio da Alvorada.

Tassia gravou um vídeo que se espalhou “feito rastilho de pólvora” pedindo doações em comida para o Alvorada enquanto durar esse corte. Por isso é desconsiderada desse modo grosseiro.

Com um longo currículo de trabalhos realizados, Tassia é muito querida e respeitada no meio artístico, onde se destaca também por seu desassombro em abraçar causas que mobilizam a sociedade – e não nos ocorre que isso seja proibido ou criminalizado no Brasil. Pelo menos por enquanto.

O apelo de Tassia é perfeito e oportuno. Se se corta a verba de suprimento do palácio não há comida, óbvio. Nem pra Dilma nem pra ninguém no Alvorada. Ela terá de pagar com recursos pessoais para si e todos que servem ao Alvorada e no Alvorada. Ou então pedir ao pessoal que leve marmita de casa, o que não é tradição dos palácios, muito menos quando os funcionários dormem no local do serviço. Um contra senso, uma mesquinharia, enfim, perseguição e falta do que fazer.

O governo provisório parece agir inspirado naquele grã-fino paulista, barrado no Harmonia, que de vingança furou um buraco no muro da casa vizinha e introduziu no clube, por aquela passagem, milhares de ratos vivos, além de alugar um helicóptero e jogar na piscina do clube centenas de ratos mortos.

Fará também assim o interinato até obter o Alvorada pra si?

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Cuba liga seu alerta vermelho contra os riscos da invasão do ‘big money’ da cultura pop

Os zeladores da cultura cubana reagem ao primeiro alerta.

Artistas, intelectuais, escritores, mesmo favoráveis à abertura de Cuba ao mundo, acendem o sinal vermelho e chamam a atenção dos gestores da ilha sobre os riscos da investida do dinheiro grande da cultura pop sobre os valores cubanos, que devem ser preservados. Eles querem o intercâmbio cultural, mas mantendo preservada sua identidade e sem importar “o ruim dos americanos”, como foi nos anos 30 e 40.

Houve Rolling Stones. Houve a produção de mais um filme da série “Velozes e Furiosos”. Houve desfile da coleção verão 2017 da Chanel. E vai haver a produção do quinto filme da série “Transformers”…. Tudo isso na simpática ilha do Buena Vista Social Club..

Após ler o artigo abaixo, que traduzi para vocês – e cuja leitura recomendo – fui conferir mais atentamente a coleção criada por Lagerfeld para Chanel e desfilada na Ilha de Cuba, para frisson dos fashionistas em geral. É bonita, é fosforescente, mas é um desperdício de tema, pois ignora a história de resistência daquele povo corajoso, brioso e sofrido, a emoção, a garra, o destemor, ignora muita informação, um tanto de sacrifício, memória, drama e superação. Muito ingrediente para um caldo substancial de inspiração extraordinária, que não foi, contudo, exibida na passarela.

Foi vista uma coleção bonita, graciosa, mas perdeu-se a oportunidade de uma coleção histórica de moda, no contexto internacional. Cruise é mais uma coleção glamourosa, em mais um cenário instigante.

O intenso ritmo de produção criativa de Lagerfeld, o último dos veteranos em atividade, talvez não lhe tenha permitido a oportunidade de um trabalho extraordinário, talento para isso ele tem. Quem sabe precisasse ter também o ímpeto de um Galliano, o voo de um McQueen, a ousadia de um Mugler ou um Lacroix. O atrevimento de uma Chanel.

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Leiam aqui esse artigo de Michael Weissenstein, da Associated Press, do BoF, Business of Fashion, http://www.businessoffashion.com/

AS FÉRIAS DE CHANEL EM CUBA

O tsunami triplo do capitalismo global que se abateu sobre a socialista Cuba este mês gerou um intenso debate sobre a desvantagem da distensão com os Estados Unidos.

Artistas, escritores e intelectuais, que acreditam profundamente na abertura de Cuba ao mundo, estão questionando a gestão do seu governo de um ataque do grande dinheiro da cultura pop.

Em uma ilha que se orgulha de igualitarismo,  soberania e o seu longo histórico de realizações nas artes, muitos estão criticando abertamente ofertas opacas de empresas multinacionais, que procuram cenários pitorescos para perseguições de carros e desfiles de vestidos de verão. “A essência da coisa é que somos um país com uma história particular, que tem uma cultura particular. Temos que ser conscientes desses valores e mantê-los em mente quando é hora de negociar”, disse Graziella Pogolotti, uma crítica cultural de 84 anos, que escreveu um longo editorial na mídia estatal clamando a uma reflexão mais profundo sobre o intercâmbio de Cuba com marcas do entretenimento internacional.

Os cubanos começaram a reclamar logo após o início da filmagem em Havana da oitava edição da franquia altamente lucrativa do filme de ação “Velozes e Furiosos”. Nas esquinas e nas salas de estar, homens e mulheres trabalhadores questionaram como eles iriam beneficiar de uma produção que estava causando engarrafamentos aparentemente intermináveis ​​- um fenômeno novo em uma cidade onde relativamente poucas pessoas possuem carros.

Então veio a chegada do “Adonia”, o primeiro navio de cruzeiro dos EUA a atracar em Cuba em quase 40 anos.

Em todo o mundo, os telespectadores assistiram a americanos, com aspecto próspero, recebidos por bandejas de bebidas de rum e dançarinos afro-cubanos em acanhados trajes de banho, modelados com a bandeira cubana. Para muitos cubanos, um espetáculo unindo os piores estereótipos exóticos sobre seu país com desrespeito a um símbolo da independência.

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Em 24 horas, o mundo de ricos e famosos já estava descansando nos bancos dos parques, no majestoso boulevard colonial Prado, onde modelos esbeltas exibiram roupas de Chanel, da sua “Cruise Collection – verão 2017”, que pareciam inspiradas na Cuba pré-revolucionária.

A audiência majoritariamente estrangeira chegou ao local em carros clássicos americanos, especialmente contratados para a ocasião.

Os moradores de Havana tiveram que assistir ao show de moda por trás das cercas da polícia, mais do que a uma quadra de distância.

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Um ano e meio depois de os EUA e Cuba declararem a distensão, e um mês depois de o presidente Barack Obama visitar Havana, parecia que o mundo do comércio e do entretenimento global finalmente desembarcava em Cuba com toda força.

Muitos cubanos ficaram exultantes. Consumidores ávidos de cultura americana em TV e filmes pirateados congratularam-se ante a visão de estrelas de cinema andando pelas ruas de um país, que muitas vezes se sentiu isolado do mundo exterior.

Muitos se disseram esperançosos de que os milhões gastos nessas produções iriam melhorar a vida para aqueles que ainda não se beneficiaram do aumento do turismo pós-distensão. Mas a atitude de pessoas, que se sentiram pessoalmente ofendidas e excluídas dos eventos, começou a se traduzir no ceticismo sobre se o novo status “inn” de seu país ajudaria a melhorar suas vidas. “Eu amo o fato de o mundo estar olhando para nós, estar se voltando para Cuba, mas até agora eu não percebo que isso esteja trazendo benefícios reais e concretos”, disse Alberto O’Reilly, um  bibliotecário de 22 anos expulso pela polícia da esquina de uma rua enquanto tentava assistir ao desfile de Chanel.


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Para alguns cubanos, os óculos chamativos usado pelas modelos recordaram os dias pré-revolucionários, quando os americanos ricos viam Cuba como um playground tropical e sexy, ignorando os problemas das pessoas que viviam na ilha. Época famosa pelo fechamento, por Fidel Castro, dos casinos e nightclubs mais sórdidos, assim que ele chegou ao poder. “É muito importante que nós não endossemos o retorno do que os americanos têm de pior”, disse Desiderio Navarro, um editor e crítico amplamente respeitado. “Nós não estamos na década de 1930 ou nos anos 40 e não devemos repetir os erros do passado.”

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Essa reação pública começou um dia após o fashion show de Chanel, com um post notável escrito por Sergio Gomez, o editor internacional do Granma, jornal oficial do Partido Comunista de Cuba.

Gomez, 28, registrou no site de blogs Médio um post dilacerante em que pediu aos líderes de Cuba para explicarem melhor suas relações com os objetivos de Chanel e da NBC Universal, a gigante do entretenimento, que rodou “Velozes e Furiosos” em Havana.

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“Seria difícil derrubar a revolução, muito menos a revolução de Cuba, com as filmagens de um blockbuster de Hollywood, helicóptero incluídos, ou com o fechamento da Avenida Prado para mostrar a “Cruise Collection” de uma famosa marca da moda francesa”, ele escreveu. “Mas a maneira como estes eventos são interpretados no contexto de um processo de mudança, que vai definir o destino de 11 milhões de pessoas, pode subverter o consenso social que o país manteve por mais de meio século.”

“Havia muitas pessoas na Avenida Prado tentando ver o show”, escreveu, “mas havia ainda mais gente nas lojas, tentando encontrar bens básicos com preços reduzidos recentemente, como frango e óleo de cozinha.”

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A crítica de arte Pogolotti chegou perto. Em uma carta aberta no jornal estatal Juventud Rebelde ela reconheceu que “Cuba precisa de comércio, investimento e turismo, a fim de enfrentar as dificuldades econômicas que nos afligem”.

“Mas as exigências da realidade não podem nos fazer esquecer que devemos, acima de tudo, lutar pela soberania nacional”, escreveu. “Isso significa que devemos, em cada caso, definir as regras do jogo. É responsabilidade de todos exigirem o respeito à dignidade de nossos cidadãos.”

Três dias depois, o Juventud Rebelde publicou uma entrevista trazendo um confronto invulgar entre o repórter Onaisys Fonticoba Gener e Roberto Smith, presidente do Instituto do Cinema, que lida com produções estrangeiras.

Onaisys perguntou a Smith quanto a NBC Universal estava pagando para filmar “Velozes e Furiosos” em Cuba e onde o dinheiro estava indo. Smith pulou a primeira pergunta e assegurou que o dinheiro iria para apoiar cineastas cubanos.

A União Oficial de Escritores e Artistas de Cuba também se queixou de que a recepção aos cruzeiros oferecia “uma visão deplorável para aqueles que visitam o nosso país pela primeira vez.”

Ainda assim, parece que não faltarão a Cuba oportunidades para acertar.

Michael Bay, diretor da série “Transformers”, baseada nos robôs de brinquedo de 1980, disse em seu blog esta semana que a produção de seu quinto filme está prestes a começar, esta semana … em Cuba!

“Coleção Cruise Chanel 2017” | Fonte: Cortesia HAVANA, Cuba – “Fast and Furious”. navios de cruzeiro dos EUA. A celebração privada repleta de estrelas de Chanel.

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Mandatory Credit: Photo by Giovanni Giannoni/WWD/REX/Shutterstock (5673696ci) Models and dancers on the catwalk Chanel fashion show, Havana, Cuba - 03 May 2016

Mandatory Credit: Photo by Giovanni Giannoni/WWD/REX/Shutterstock (5673696ci)
Models and dancers on the catwalk
Chanel fashion show, Havana, Cuba – 03 May 2016

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